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Aumentam os casos de conjuntivite na região
Henrique Munhos
Especial para o Diário
23/02/2011 | 07:20
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André Henriques/DGABC


O expressivo aumento no número de casos de conjuntivite coloca o Grande ABC em alerta no início deste ano, sobretudo em cidades como São Bernardo, que registrou 2.694 atendimentos em fevereiro, um crescimento de mais de 100% em comparação com dezembro, quando 1.303 pessoas foram atendidas.

Santo André não informou quantos casos ocorreram no município até agora, mas apenas o CHM (Centro Hospitalar Municipal) apontou ontem que aproximadamente 300 pessoas passam pela unidade por dia, parte moradores de Mauá e Ribeirão Pires, que não contam com oftalmologistas de plantão.

Este é o caso da família do eletricista Rafael Oliveira Reis, 26 anos, morador de Mauá. Além dele, sua mulher, Daise Katiana, 25, e a filha de 1 ano e 5 meses começaram a sentir os sintomas da conjuntivite segunda-feira. Após serem atendidos por um clínico geral, foram encaminhados ao CHM de Santo André. "Não conseguiram diagnosticar se era mesmo conjuntivite, daí nos mandaram para cá", afirmou Reis. Os exames confirmaram que a família está com os sintomas da doença, que são olhos vermelhos, que também ficam com ardor, inchaço e sensação de corpo estranho.

Segundo uma funcionária do CHM, foram registrados 370 atendimentos por conjuntivite na segunda-feira. Ontem, 252 fichas já tinham sido preenchidas até as 10h30, momento em que a equipe do Diário estava no hospital.

Funcionários afirmaram que o problema já acontece há cerca de um mês, sendo que aproximadamente 30 funcionários foram afastados por contrair a doença.

Em média, os pacientes demoram de duas a três horas para serem atendidos, pois apenas um médico cuida de todos os casos de conjuntivite que chegam ao local.

A radiologista Alexandra Alves Pereira, de Ribeirão Pires, descobriu o problema sábado. Um clínico da cidade receitou um colírio. A situação de Alexandra já está praticamente normalizada. Porém, quem sofre de conjuntivite agora é sua filha de 16 anos, que foi encaminhada para Santo André. "É uma vergonha não ter nenhum oftalmologista para atender a gente na nossa cidade," reclamou Alexandra. Segundo a radiologista, a data mais próxima para se consultar com um oftalmologista de Ribeirão Pires é em abril.

A Prefeitura de Santo André informou, por meio da farmacêutica responsável pelo Necih (Núcleo Epidemiológico e Controle de Infecção Hospitalar) da Santa Casa do município, que é comum neste período do ano o aumento nos casos de conjuntivite, por se tratar de uma doença típica de verão.

Contudo, a administração garante que não há epidemia no município.

No caso de São Bernardo, todo o atendimento oftalmológico é realizado pelo Pronto-Socorro de Rudge Ramos. De acordo com a nota enviada pela administração municipal, "a Vigilância Epidemiológica costuma monitorar os casos para verificar a existência de surtos em locais fechados. Em épocas de clima seco, ela costuma se propagar mais e vários outros municípios do Estado vêm apresentando casos crescentes da doença."

Para evitar sobrecarga no PS de Rudge Ramos, a Secretaria de Saúde determinou que os clínicos gerais e os pediatras das Unidades Básicas de Saúde e das demais unidades de pronto atendimento tratem os pacientes com conjuntivite. A orientação é para que encaminhem para o PS de Rudge Ramos apenas os casos mais graves.

Especialista dá dicas de como evitar contrair a doença

O professor de Oftalmologia da Faculdade de Medicina do ABC Gustavo Salomão concorda com a justificativa da Prefeitura de Santo André sobre as causas do aumento nos casos de conjuntivite. "Com o calor, as pessoas saem mais de casa e entram em contato umas com as outras. Com isso, a transmissão é maior."

Salomão afirmou que alguns cuidados devem ser tomados para evitar uma nova contaminação. "Deve-se lavar as mãos sempre. Somente depois é que pode entrar em contato com os olhos."

O professor de Oftalmologia também declarou que, dentro de uma residência, a pessoa infectada deve dormir sozinha e usar uma toalha de rosto pessoal, para que terceiros não sejam contaminados. "Além disso, sempre se deve usar lenço descartável, e não os lenços de pano", completa Salomão.




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