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Maias tinham sociedade 'sofisticada e selvagem', diz Mel Gibson
Da AFP
16/01/2007 | 19:24
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A civilização maia "era uma sociedade muito sofisticada que, ao mesmo tempo, era bastante selvagem", afirmou o diretor americano Mel Gibson, que acaba de estrear nos Estados Unidos o filme "Apocalypto", ambientado nos últimos dias do esplendor desta etnia meso-americana.

Após ter sido criticado por centrar a trama nos aspectos mais violentos dos maias, Gibson se mostrou admirado, em declarações divulgadas pela distribuidora 20th Century Fox, pelos conhecimentos que tinham: "das estrelas e do sol, da lua e de seus movimentos; tinham um calendário muito complexo, muito mais complicado que o nosso".

Ele também manifestou sua admiração pelas cidades que construíram durante sua época de apogeu, entre os séculos III e IX, cujos restos foi visitar para preparar os cenários do filme, para o qual construiu um centro cerimonial inteiro com seis pirâmides.

"Fomos aos locais e estivemos no topo das pirâmides para ver a marca da sofisticação que existiu uma vez. É assombroso. É como Manhattan", comparou.

Com relação aos sacrifícios humanos que recriou no filme, totalmente falado em maia, o diretor assegurou ter se inspirado no livro do franciscano espanhol Diego de Landa, "Relación de las cosas de Yucatán", que foi escrito em meados do século XVI e narra os costumes dos maias.

Ele revelou ainda que pediu aos atores, todos sem experiência prévia, que mentalizassem que "não eram pessoas ruins, que não queria que em qualquer momento pensassem que o eram: você é parte da sua cultura e está fazendo o seu trabalho e é isso o que você faz".

Gibson destacou que a história que conta em seu terceiro filme como diretor "é verdadeiramente simples" e inclusive reconheceu que contém aspectos bíblicos e que partilha "muitas sensibilidades" com seu filme anterior, "A Paixão de Cristo".

Sobre as filmagens, que duraram oito meses (o dobro do previsto), reconheceu que "é o filme mais físico que já vi no que diz respeito à resistência".

Participaram dele centenas de extras, 300 maquiadores, mas o mais difícil foi rodar na selva, pois pelo menos um mês foi perdido por causa da chuva, além do calor e dos animais.

"Tivemos que ter cuidado com as serpentes, animais e carrapatos", disse Gibson, que admitiu ter tido problemas com a comida, que o forçaram a se ausentar dois dias por motivo de saúde.

"O povo local tem uma imunidade natural. Mas quando você chega ali a princípio e come uma 'tortilla', sente no estômago que há coisas que não havia previsto", confessou.

Sobre seus planos futuros, o ator que estreou na direção com "Coração Valente", disse que prefere voltar a dirigir antes de atuar e que seu próximo filme "será em inglês... para variar".

Gibson assistiu na segunda-feira a uma sessão privada de "Apocalypto" na capital mexicana, onde o filme estreará em 25 de janeiro.




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