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Família disputa macaco na Justiça
Isis Mastromano Correia
Especial para o Diário
17/11/2006 | 22:12
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No próximo dia 27 será definido o destino do filho da dona-de-casa Neide Prestes de Lara. Mas não se trata de uma criança e sim de Joe, um macaco-prego que ela adotou como bicho de estimação há quase dois anos e que é tratado como um verdadeiro membro da família.

Em maio, a Polícia Ambiental decidiu levar Joe para o Parque Ecológico Tietê e agora Neide espera a sentença judicial que pode lhe dar a guarda definitiva do macaquinho.

“Com certeza eu vou pegar meu filho de volta”, garante. “Ninguém consegue audiência em final de ano, é muito difícil. Ter o Joe de novo vai ser o meu presente de Natal.”

Joe foi afastado da família depois de morder um menino que puxou seus pêlos. Sabendo do incidente, a polícia resolveu levá-lo para o parque.

Neide ganhou o macaco-prego de um vizinho que disse tê-lo comprado em uma feira, em Itaquera, na Zona Leste da Capital.

“Na época eu não o queria porque sabia que não podia. Mas ele precisava de cuidados, chegou muito doente”, relembra.

Antes da captura de Joe, a polícia já havia estado na casa de Neide outras vezes. No entanto, apenas a advertiram para que não adquirisse nenhum outro animal silvestre.

A lei de crimes ambientais prevê a não-aplicação de punições no caso de guarda doméstica de espécie silvestre que não esteja ameaçada de extinção, como foi tido o caso de Joe na época.

Para ele não faltavam mimos: de mamadeira à brinquedos, Joe tinha tudo. Até canção ele ganhou. “Eu fiz uma música para falar da falta que ele faz”, conta o filho de Neide, Wellington Prestes Galindo, de 17 anos.

A esperança da volta de Joe é baseada em um caso semelhante. Uma família, em Igrejinha, no Rio Grande do Sul, conseguiu na Justiça o direito de ficar com seu macaco de estimação.

A juíza que conduziu o caso constatou que os danos causados ao meio ambiente eram irrelevantes perante os danos psicológicos.

Coincidentemente, é no dia da audiência que Joe completará dois anos. “Quando ele voltar, a gente pretende cantar parabéns e fazer uma festa também”, conta Neide. (Supervisão de Artur Rodrigues)




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