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Ação vai prevenir febre amarela no Grande ABC
Sucena Shkrada Resk
Do Diário do Grande ABC
09/02/2003 | 19:41
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As diretorias de Vigilância à Saúde de Santo André e São Bernardo iniciam nesta segunda-feira um trabalho de divulgação nas rodoviárias dos municípios sobre a importância da vacinação contra a febre amarela dez dias antes da realização de viagens para áreas de risco.

A intensificação acontecerá, principalmente, em função do recente surto epidemiológico de febre amarela silvestre no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. A principal preocupação dos órgãos epidemiológicos é que a doença se torne urbana, atingindo o homem, por meio do mosquito Aedes aegypti, que também transmite a dengue. Desde 1942, a modalidade urbana está erradicada.

“Muitos pessoas viajam sem o esclarecimento das empresas de ônibus. Tomamos essas medidas principalmente por causa dos alertas do Centro de Vigilância Epidemiológica referentes a casos em Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Mato Grosso. Vamos mandar a relação dos municípios em risco às empresas rodoviárias e verificar se há necessidade de aumentar nossos postos de vacinas no município. Paralelamente, iniciaremos o contato com as agências de viagem”, disse a gerente de vigilância epidemiológica e sanitária, do Departamento de Vigilância à Saúde de Santo André, Sônia Oliveira Barbosa.

No Terminal Rodoviário Ítalo Setti, em São Bernardo, a divulgação acontecerá em todos os guichês de vendas de passagem, por meio de folhetos de orientação. “Vamos também fazer contato com as agências de turismo”, disse a chefe da Divisão da Vigilância Epidemiológica da Prefeitura de São Bernardo, a enfermeira Cândida Kirschbaum.

Segundo ela, em São Bernardo também vai ser ampliada a cobertura de vacinação para toda a rede de saúde do município. Antes, o serviço só era prestado em duas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e agora passará a acontecer nas 30 UBS municipais. A vacina deve ser aplicada dez dias antes de a pessoa viajar para o local de risco. “Ela pode ser tomada a partir dos nove meses e tem validade de dez anos”, disse ela.

A enfermeira explicou que menos de 5% das pessoas vacinadas têm reações colaterais, que podem ser vermelhidão e febre baixa. A contra-indicação da vacina é para mulheres grávidas, pacientes imunodeprimidos, como portadores do HIV, pacientes que estejam sob tratamento com corticóides ou que façam quimioterapia. “A única exceção é no caso de haver recomendação médica.”

A febre amarela pode ser silvestre ou urbana. A transmissão se dá por meio da picada por um mosquito infectado da família Haemagogus (vetor silvestre) ou Sabethes. “Normalmente, o animal ou a pessoa infectada sente os primeiros sintomas da doença de três a seis dias após a picada. Ela pode ter febre de média intensidade ou alta, calafrio, dor de cabeça, dores no corpo, náuseas e vômitos, que muitas vezes, são confundidos com outras patologias.”

O principal problema da febre amarela, no entanto, está no quadro em que há agravamento, que pode levar à morte, que representa 40% dos casos registrados. “Nessas circunstâncias, podem acontecer hemorragias, comprometimentos renais e alterações neurológicas. O paciente ainda fica com a cor da pele amarelada.”




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