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Rede D'Or avalia terrenos para hospital em Mauá

Grupo pretende investir R$ 60 milhões em unidade do município

Angela Martins
Do Diário do Grande ABC
09/02/2012 | 07:00
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Em reunião realizada ontem na Prefeitura de Mauá, equipe técnica da Rede D'Or tomou conhecimento de algumas áreas públicas e privadas da cidade que podem abrigar a construção de hospital geral. A unidade faz parte do projeto de expansão do grupo carioca, que passará a ter quatro hospitais no Grande ABC. A estimativa inicial é investir cerca de R$ 60 milhões no espaço de 15 mil m², que terá 150 leitos e atenderá também pacientes de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

De acordo com o engenheiro Rafael Villaça, a equipe conheceu algumas possibilidades e se interessou por duas áreas públicas, pertencentes à Prefeitura, que ficam na Vila Vitória e no Jardim Anchieta. "São terrenos grandes, com cerca de 15 mil m² e que atendem as nossas necessidades. No entanto, não descartamos a compra de áreas particulares. Ainda estamos avaliando o mercado e os terrenos disponíveis", explica.

Segundo a secretária de Planejamento Urbano, Josiene Francisco, o projeto é embrionário e os terrenos fazem parte de levantamento realizado no ano passado pela Prefeitura, que listou algumas áreas públicas que poderiam ser vendidas.

O processo, no entanto, deve passar primeiro pela Câmara Municipal, para alienação da área, e só depois os terrenos serão colocados à venda por meio de licitação.

Em pesquisa feita com corretores da cidade, o metro quadrado de um terreno com essa extensão, nos bairros citados, é avaliado em R$ 1.200, ou seja, o valor total ficaria em R$ 18 milhões. Na pauta da reunião também estava a legislação do uso e ocupação do solo. "Eles precisavam de mais informações sobre as leis de Mauá, e nós demos algumas orientações", reitera a secretária.

PROJETO

Apesar de ainda não haver projeto técnico, que será elaborado após definição do terreno onde o hospital será construído, a expectativa é de que a unidade padrão fique pronta em cerca de um ano e meio após o início das obras. Se o terreno permitir construção horizontal, há possibilidade de liberar módulos prontos enquanto o restante ainda é construído.

Mauá já estava na mira do grupo carioca, que tem projeto de oferecer à população do Grande ABC atendimento suplementar. Além dos problemas observados na rede pública de Saúde mauaense, há apenas um hospital particular no município, o que intensifica a procura por atendimento em Santo André e até mesmo no Hospital Nardini, pelo SUS. A carência do serviço hospitalar de urgência na região foi decisiva para a entrada da Rede D'Or no Estado. Outro motivo é a necessidade de serviço de diagnósticos e a conhecida insuficiência de leitos, tanto de internação quanto de terapia intensiva.

Região tem histórico de hospitais fechados

Com o fechamento de pelo menos seis hospitais particulares nos últimos cinco anos, o Grande ABC perdeu quase 500 leitos no setor privado de Saúde. Hoje, o número é de 2.766, contra 2.091 na rede pública. Entre os equipamentos falidos estão o Neomater, Baeta Neves e São Caetano.

No Grande ABC, a primeira aquisição da Rede D'Or foi o Hospital Brasil, em Santo André, em abril de 2010. Em setembro do mesmo ano, o Hospital Assunção, em São Bernardo, também passou a ser gerenciado pela rede. Juntos, os dois complexos somam 400 vagas, sendo que cerca de 30% do total são destinadas à UTI (Unidade de Terapia Intensiva), acima da recomendação internacional, de 25%.

Com a conclusão de hospital em São Caetano, previsto para ser inaugurado em 2013, e a construção de unidade em Mauá, o grupo encerra o processo de expansão entre as sete cidades. Em São Caetano, o complexo hospitalar localizado no Espaço Cerâmica, terá entre 15 mil e 20 mil m² e contará com 40 consultórios das mais diversas especialidades, além de 200 leitos e capacidade para 240 mil atendimentos de emergência e 12 mil cirurgias por ano. A previsão é que sejam investidos R$ 3.000 por m², o que demanda até R$ 60 milhões em recursos.




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