A fase visivelmente não é das melhores fora de campo. Aliás, longe disso. Torcida e jogador trocando agressões e acusações, dirigentes que não falam a mesma língua, técnico que polemiza qualquer situação... E os atletas, mesmo assim, mantém o Palmeiras em posição próxima do G-4 do Campeonato Brasileiro. Hoje, às 16h, no Canindé, o Verdão tem pela frente o Fluminense, adversário direto por vaga na Libertadores, tentando deixar de lado o clima ruim que circunda a equipe.

Mas como desgraça pouca é bobagem, os problemas se estendem para dentro de campo. A primeira baixa do time está no banco de reservas. O técnico Luiz Felipe Scolari viajou na sexta-feira para Portugal, onde acompanha o casamento do filho. Só retorna ao Palmeiras na terça-feira. Assim, o inseparável auxiliar Murtosa comanda o time nesta tarde.

Dois dos principais personagens da tumultuada semana também estão fora. João Vitor, que trocou agressões com torcedores, segue lesionado, enquanto Kleber, que saiu em defesa do companheiro ao ver a falta de apoio do clube e do treinador, foi afastado e deve ter seu caso (permanência) resolvido na terça-feira.

O lateral-direito Cicinho e o volante Marcos Assunção, duas peças fundamentais no esquema tático do Palmeiras, estão suspensos. O primeiro deu a assistência para o gol de Maikon Leite no empate por 1 a 1 com o Flamengo, na quarta-feira, enquanto o segundo, responsável pelas bolas paradas e por grande parte dos gols do time na temporada, além do terceiro amarelo, sofreu luxação no ombro direito que o afastará por até três semanas.

Uma notícia boa? A volta de Valdivia. Isso se o chileno estiver disposto a ser o mesmo Mago de 2008. Afinal, ainda não justificou seu retorno ao Palmeiras e o esforço que o clube fez para repatriá-lo do futebol árabe. Quem também está de volta é Márcio Araújo, que desfalcou o time diante do Mengão para resolver assuntos particulares - deve ser escalado no meio-campo ao lado de Chico.

Parece difícil deixar de lado o clima instável, mas é o que os jogadores planejam. "Temos de esquecer todas essas coisas, olharmos para o Murtosa e imaginarmos que é o Felipão. Ele sabe o que tem de fazer porque está sempre com o Felipão. Precisamos estar focados só no jogo", disse o atacante Maikon Leite.

De acordo com o lateral-direito Paulo Henrique, que será escalado como titular pela primeira vez (na vaga de Cicinho), o time tem de dar apoio para Murtosa que, segundo ele, segue a linha de pensamento e ação de Felipão. "Isso é tranquilo. O Murtosa tem o comando assim como o Felipão. Eles falam a mesma língua. Não deveremos ter problemas", afirmou o jogador palmeirense.

Abel Braga promete pôr Flu no ataque de olho na liderança

Um ponto não é suficiente para o Fluminense e ao técnico Abel Braga no duelo contra o Palmeiras, hoje, no Canindé. O treinador projeta mandar o time para o ataque e voltar ao Rio de Janeiro com três na bagagem. Aliás, a tabela mostra que o Tricolor carioca não gosta de igualdades: em 29 jogos são apenas dois empates.

A quatro pontos do líder Corinthians, o Flu aproveita o fato para sufocar o Verdão. "Vai ser um jogo complicado, mas vamos para cima do Palmeiras. De maneira alguma vamos jogar para empatar. Um ponto não me interessa. Será um jogo aberto", disse Abel Braga, que prevê: "são apenas quatro pontos. E faltam 27 a disputar. Ainda tem muita coisa para acontecer. Vamos tentar fazer com que elas sejam positivas para nós. Acho que esse Brasileirão vai ficar aberto até o fim."