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Genéricos conquistam mercado
Christiano Carvalho
Do Diário do Grande ABC
27/01/2001 | 18:02
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Dez meses após a entrada no mercado, os remédios genéricos já começam a ter procura significativa na região e poderão conquistar acima de 40% do mercado neste ano. Atraídos pelo preço, em média de 35% a 50% mais baixos em relação aos medicamentos de referência – mas a diferença pode chegar perto de 400% –, e pela qualidade equivalente, segundo o próprio governo federal, os consumidores estão mudando o comportamento na hora da compra.

“As pessoas estão mais conscientes e perguntam pelo genérico, que já está sendo prescrito por alguns médicos”, disse Luzia Andrioli, proprietária da farmácia Coração de Jesus, na rua Catequese, em Santo André. “Eu sempre pergunto se tem o genérico do remédio que preciso”, afirmou a vendedora Aparecida Cadengui, 51 anos, que fazia compras na SOS Farma, no bairro Taboão, em São Bernardo.

Todas as drogarias são obrigadas a manter à vista a relação dos 178 remédios genéricos (incluindo medicamentos idênticos, mas fabricados por mais de um laboratório) aprovados para comercialização pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Entretanto, dificilmente as farmácias chegam a contar em suas prateleiras com metade dessa quantidade, até porque parte dos remédios da lista é de uso exclusivo de hospitais.

“Hoje temos 38 itens genéricos. Há sete meses eram poucos os que recebíamos”, disse o comerciante Manoel Alves, dono da drogaria Farmais, no Centro de Mauá. No entanto, alguns remédios, classificados por ele como de procura espontânea por serem muito conhecidos, fazem com que seus substitutos continuem a ter pouca saída. É o caso do antiinflamatório Cataflan, que custa quase 40% mais que seu genérico, o Diclofenaco Dietilamônio.

Nem todos os estabelecimentos vendem o medicamento genérico se na receita constar apenas o nome comercial. “Nesse caso, temos o cuidado de ligar para o médico e pedir autorização para vender o genérico ou similar”, esclareceu o farmacêutico Marcelo Ulisses, da drogaria KA, no Jardim Zaíra, em Mauá, que vendia a Amoxilina (substituto do antibiótico Amoxil) para a dona de casa Nilma Fátima Xavier, 38 anos. “Tem a mesma qualidade e é mais barato, pelo menos por enquanto”, ressaltou ela. A diferença de preço entre os dois medicamentos fica acima de 200%.

Economia – Aliás, a reportagem chegou a encontrar na Drogaria São Paulo, no Centro de Diadema o antibiótico Ceftriaxona Sódica por R$ 11,79, muito mais barato que sua referência, o Rocefin, vendido por R$ 50,32.

O alívio no bolso foi sentido pelo mecânico Fábio Malateaux, 28 anos, que gastava cerca de R$ 200 em remédios por semana para ele e seus pais. “Agora, compro quase só genéricos e o valor caiu para R$ 70”, disse ele, na drogaria Avenida, em São Caetano. A tendência nos próximos meses, segundo os comerciantes ouvidos pelo Diário, é de aumento na venda dos produtos genéricos, que deve ser impulsionada pela boa aceitação do público.




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