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Faltam psiquiatras em São Bernardo
Kelly Zucatelli
Do Diário do Grande ABC
02/08/2010 | 07:29
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André Henriques/DGABC


A Prefeitura de São Bernardo anunciou em março a descentralização do atendimento psiquiátrico para melhorar o atendimento aos usuários. Passados alguns meses, nenhum efeito positivo foi constatado, e a espera por uma consulta com especialista em algumas UBSs (Unidades Básica de Saúde) é longa: agendamentos só para 2011.

O Diário contatou algumas unidades de saúde que prestam atendimento psiquiátrico e comprovou a morosidade do serviço.

NA UBS Antonio Serafim Zampieri, no Jardim Farina, é necessário agendar consulta pessoalmente, no horário das 7h às 16h, de segunda a sexta-feira, As próximas vagas estão disponíveis para janeiro do ano que vem.

Na UBS Assunta Driusso, no Baeta Neves, a orientação é de que o paciente ligue após 15 dias para tentar consulta em fevereiro de 2011.

A UBS Dona Vicentina Goulart, no Alvarenga, não tem psiquiatras. Mas a prefeitura justifica que possui grupos de escuta, compostos por cerca de 12 usuários, nos quais uma equipe multidisciplinar - formada por psiquiatras, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e farmacêuticos - ouve os casos, troca informações, dá a orientação necessária e encaminha os casos mais graves ao Caps (Centro de Atenção Psicossocial).

Mesmo com agendas de atendimento para longo prazo, a Prefeitura de São Bernardo reforça que a rede municipal de saúde conta com 21 psiquiatras.

No Pronto-Socorro Psiquiátrico que funciona no Caps da Vila Euclides, trabalham 16 especialistas. Lá, há plantões 24 horas nos sete dias da semana, totalizando 210 horas por semana. Como se trata de atendimento de casos graves e de pessoas em crise, todos os pacientes que chegam são imediatamente avaliados e medicados.

No Ambulatório de Saúde Mental, no Caps 3 e no Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas para adultos, que funcionam no mesmo prédio, há outros sete psiquiatras trabalhando.

No Caps Infantil, que funciona no Jardim Hollywood, há um profissional do gênero.

Triagem - Sobre os critérios, a administração salienta que em todos esses serviços é adotado o acolhimento e a classificação de risco, de maneira que todos os pacientes sejam atendidos e encaminhados para a consulta de acordo com a gravidade do seu estado.

Salientando o processo de descentralização feito no início do ano, a prefeitura reforça que houve melhoria, principalmente para os casos mais leves. Com isso, os usuários que possuem transtornos psíquicos de menor gravidade podem se dirigir a uma unidade próxima de suas casas e pegar na própria UBS o medicamento de que necessita.

Atualmente, cinco UBSs têm psiquiatras, com um profissional em cada uma delas: Alves Dias, Farina, Baeta Neves, Mussolini e Demarchi. A média de atendimentos é de cerca de 30 usuários por dia em cada uma delas.

Salários - Questionada sobre o salários dos psiquiatras, a administração de São Bernardo informou que um médico especializado em psiquiatria ganha basicamente o mesmo que os demais da rede, ou seja, R$ 35 por hora trabalhada. Os que atuam no pronto-socorro, por sua vez, recebem cerca de R$ 50 a hora.

 




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