Em festa. Foi assim que Diadema recebeu o campus da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) em cerimônia realizada quarta-feira no Teatro Clara Nunes, que formalizou a vinda da instituição pública de ensino superior que, em agosto de 2006, abrirá quatro cursos gratuitos na cidade. Com a instalação do campus Diadema, a Unifesp finalmente conquista a autorização do MEC (Ministério da Educação) para reformular sua administração e, a longo prazo, se tornar a maior federal do país. A antiga Escola Paulista de Medicina sempre atuou exclusivamente na área da Saúde, mas passará a oferecer cursos em outras áreas de conhecimento. Em Diadema, além de Saúde será aberta graduação em Exatas, como Engenharia Química, visto a necessidade de mercado diante do crescimento do pólo de cosméticos e outros setores da indústria química do município.
A instalação da Unifesp em Diadema foi cogitada a partir da recusa do MEC em autorizar a instituição a assumir o projeto que originalmente era da UFABC (Universidade Federal do ABC). No ano passado, o governo federal encontrava dificuldades em aprovar no Congresso Nacional o projeto de lei da UFABC, que havia entrado na pauta no período que antecedeu as eleições municipais. A oposição temia que a instalação de uma universidade no berço político do PT favorecesse candidatos petistas às prefeituras da região.
Com a obstrução, o governo mudou de tática e negociou com a Unifesp a reformulação já pretendida pela instituição pública nos últimos anos. Dessa forma, não haveria necessidade em aprovar lei específica, bastaria uma ordem direta do MEC autorizando um campus estendido em Santo André, município escolhido como sede da UFABC. Porém, com o término das eleições, o PT resolveu negociar com a oposição, principalmente os deputados do PFL, que afirmavam que só aprovariam a UFABC caso o governo criasse universidades no Recôncavo Baiano e em Dourados (MS).
Feita a negociação, a Câmara dos Deputados aprovou a lei em março deste ano com a promessa de que as outras duas fossem votadas em seguida. Diante disso, o prefeito de Diadema, José de Filippi Júnior, procurou saber com a Unifesp se havia o interesse em abrir um campos no município, o que foi prontamente aceito. “O processo de ampliação da Unifesp a que demos início é um caminho sem volta. Já abrimos um campus em Santos na área da Saúde e agora vamos ter uma extensão da universidade em Diadema, com cursos em Exatas, e outra em Guarulhos, na área de Humanas. Mas os novos campi também terão cursos em Saúde”, afirmou o reitor da Unifesp, Ulysses Fagundes Neto.
Em princípio, serão abertas em Diadema 200 vagas em Farmácia/Bioquímica, Ciências Biológicas, Química e Engenharia Química. “A previsão é de que em quatro anos o campus tenha 2 mil vagas”, disse Manuel Palácios, diretor de Desenvolvimento do Ensino Superior, órgão da Secretaria de Educação Superior do MEC. Palácios afirmou ainda que foi feita uma emenda aditiva ao orçamento da União que garante à Unifesp R$ 12 milhões para a construção do campus Diadema.
Provisoriamente, as aulas vão ocorrer no antigo prédio da Secretaria Municipal de Saúde, mas o campus será erguido no bairro Eldorado em terreno de 365 mil m², doado pela Prefeitura. A lei de doação já foi aprovada pela Câmara e sancionada pelo prefeito no fim do mês passado. A conclusão das obras do prédio não está prevista, pois ainda depende do projeto executivo, que deverá ser licitado em janeiro pelo MEC.
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