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Maioria das vítimas tem entre 30 e 60 anos
William Cardoso
Do Diário do Grande ABC
18/08/2009 | 07:55
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Das 16 mortes do Grande ABC confirmadas até sexta-feira, 13 ocorreram entre moradores que tinham de 30 a 60 anos (81,2%). No Estado de São Paulo, foram 74 mortos nesta faixa etária entre os 134 registrados oficialmente (55,2%). Na cidade de São Paulo, eles representam 54,5% (18 de um total de 33). Na região de Campinas, área que é bastante afetada pela influenza A, 64,2% das vítimas fatais têm essa idade.

De forma geral, a idade de quem faleceu contaminado pelo H1N1 é o que mais diferencia o Grande ABC. Com relação ao sexo, tanto o Estado quanto a região contam com dados semelhantes, apresentando uma predominância de óbitos entre mulheres (ambos na casa dos 60%).

ANÁLISE - A quantidade de vítimas fatais, porém, não permite que se estabeleça uma análise definitiva sobre o comportamento da doença na região. A avaliação é do professor de infectologia da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), Munir Akar Ayub. "O universo é pequeno, o que pode sugerir uma coincidência estatística", explica o infectologista.

De fato, se somadas as outras três mortes divulgadas ontem por São Bernardo (um homem de 50 anos, uma mulher de 25 e outro homem, de 45 anos), o percentual de vítimas fatais entre 30 e 60 anos cai para 78,9%. "Ainda é preciso ver se essa tendência realmente se confirma", diz Ayub.

No mundo, adultos jovens são mais atingidos pela doença

O que o infectologista Munir Akar Ayub da FMABC afirma é que a gripe suína tem atingido preferencialmente adultos jovens, quando se analisa os dados mundiais. Até o momento, há somente especulações a respeito do que provocaria a atuação tão incisiva do vírus influenza A (H1N1) nesta faixa etária.

As suposições são várias. Pessoas com mais de 60 anos ou suas mães já teriam entrado em contato com o vírus em outras epidemias, o que manteria uma ‘memória imunológica' em relação à doença.

Outra teoria é a de que adultos aparentemente saudáveis podem desenvolver a doença por uma resposta imunológica exagerada ao H1N1, diferentemente do que costuma acontecer com a gripe comum.

No início, acreditava-se que pacientes com HIV seriam mais afetados pela doença, por estarem debilitados, o que não tem ocorrido na prática e fortalece a suposição da resposta imunológica exagerada como fator de morbidade.




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