Conhecido por arrancar risadas em shows de stand up comedy e no programa The Noite, do Danilo Gentili, Léo Lins mostra mais uma vez sua outra face: a de escritor. Lins começou a escrever, em 2014, O Sapo Césio (editora Matrix, 159 págs., R$ 23,90, em média), história de ficção que aborda acidente radioativo com um toque de comédia. Trata-se do terceiro livro da sua carreira.

No ranking que ele mesmo criou das obras que ‘nunca poderiam ser publicadas’, O Sapo Césio era uma delas. “A ideia surgiu na minha cabeça quando falava sobre os piores livros. Mas, a partir de uma piada, comecei a pensar seriamente em escrevê-lo”. O resultado acabou surpreendendo a todos, já que a obra foi recorde de arrecadação no site Catarse (www.catarse.me), ferramenta que viabiliza financeiramente um projeto.

O Sapo Césio trata de acidente radioativo com metal césio-137, que aconteceu em Goiânia, no fim da década de 1980. Na obra, muitas pessoas são infectadas, além dos lençóis freáticos, atingindo o sapo Césio. Ele que, em vez de quatro tem oito patas, passa a ser alvo de zombaria. No livro, predomina o ‘bullying arte’, elemento criado pelo humorista para se referir às piadas de humor negro. “Usei esse termo uma vez no programa e depois outros colegas acabaram utilizando. O termo ‘pegou’ mesmo”, conta.

Este mesmo conceito fez com que ele fosse proibido de ir ao Japão por fazer piadas de tsunamis e por quase ser preso por ‘matar’ um jacaré inflável em um shopping. Mas Lins não censura suas piadas pelas críticas. “Quando faço uma piada, quero que as pessoas deem risada. Não dá para agradar a todo mundo, mas se agradar a maioria já fico satisfeito.”

Sobre o Grande ABC, o comediante revela que tem alguns laços com a região, onde Danilo Gentili morou e reconhece o carinho dos telespectadores locais. “Já fiz show em São Caetano e pretendo voltar. Também gostaria muito de ir a Santo André. Eles têm um carinho especial pelo programa”, finaliza.