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Desarmamento na região do Grande ABC cai no esquecimento
Tiago Dantas/DGABC
29/11/2009 | 07:30
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A Campanha Nacional de Desarmamento 2009, iniciativa do Ministério da Justiça que começou em outubro e termina em 31 de dezembro, caiu no esquecimento. O número de devolução de armas é menor do que o registrado em 2005, ano do referendo sobre a proibição de comércio de armamentos e munição.

As cidades do Grande ABC não recolheram armas neste ano por meio de suas Guardas Municipais. Com exceção de São Caetano, os municípios não firmaram acordo com o Ministério da Justiça, ao contrário do que foi feito em 2005. Na Capital, onde o convênio foi fechado para incentivar a doação neste ano, a Guarda Civil recebeu 419 unidades até sexta-feira.

Para piorar, há casos de desencontro de informações no Grande ABC. A Prefeitura de Santo André, por exemplo, informa que a entrega deve ser feita nas delegacias. Uma funcionária do 1º DP da cidade, no entanto, diz que não faz a recolha. São Bernardo e Mauá não responderam ao Diário.

Único município a informar que a Guarda Civil está participando da campanha, São Caetano não registra uma entrega de arma de fogo desde 2005, quando arrecadou 719, segundo a Prefeitura. O endereço para doação é Alameda São Caetano, 1.687, no bairro Santa Maria.

Embora não tenha aderido ao projeto deste ano, Diadema - única da região a votar contra o comércio de arma no referendo - teve resultados expressivos nos anos anteriores. Em 2004, tirou 1.600 unidades de circulação. Em 2008, foram 88. Neste ano, está realizando a 8ª edição da Campanha do Desarmamento Infantil (até 4 de dezembro). Nos anos anteriores, cerca de 16 mil armamentos de brinquedo e 80 mil desenhos temáticos foram entregues pelas crianças.

O Estado de São Paulo se livrou de cerca de 138 mil armas há quatro anos. Em 2009, o número chega a 2.800, segundo o Instituto Sou da Paz, um dos parceiros da iniciativa. "Essa justificativa de proteção é pura ilusão. Dá gosto de ver os rostos de alívio de quem doa uma arma", afirma Heather Sutton, coordenadora do Sou da Paz.

A entrega voluntária de 2009 representa 16,8% do total de apreensões de armamento no Estado. Houve 16.616 ocorrências até setembro, de acordo com a Secretaria Estadual de Segurança Pública. Só no terceiro trimestre, foram 5.316.

Recadastramento deve ser feito até 31 de dezembro

Também termina dia 31 de dezembro a Campanha Nacional de Recadastramento de Armas. Cerca de 3 milhões de armamentos foram regularizados em todo o País. A expectativa inicial é que seriam 8 milhões.

No Grande ABC, há quatro lojas inscritas na Aniam (Associação Nacional da Indústria de Armas e Munições), que estimam ter feito 2.800 recadastramentos, válidos por três anos. "Quem não se regularizar, pode responder por posse ilegal de arma em janeiro", diz Salésio Nuhs, diretor da Aniam.

Dados sobre campanhas de recadastramento e desarmamento podem ser encontrados no site da Polícia Federal (www.dpf.gov.br).




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