O temporal de ontem à tarde parou a cidade de Mauá. A chuva forte, que começou por volta das 15h30 e durou cerca de uma hora e meia, invadiu casas, provocou deslizamentos e deixou ruas cheias de barro e lixo. Pelo menos três pessoas ficaram feridas.

Um deslizamento de terra na Rua Manoel Nascimento, no Jardim Zaíra, destruiu parcialmente uma casa. Três pessoas foram levadas por vizinhos a um hospital da região. Choveu tanto que o piscinão do bairro ficou perto de transbordar. "Faltou um metro para a água vir para fora", lembra João Jacinto, 45. Isso não impediu a inundação da Rua Rodolfo Passin, ao lado do reservatório.

"Veio água lá de cima e lavou tudo", comenta Jacinto. Perto dali, na Rua Roberto Stela, a dona de casa Aparecida de Oliveira, 35, limpava o barro da porta da sua casa. "No vizinho, encheu de água. Aqui só não entrou porque fizemos uma barreira", diz.

Moradora do Jardim Zaíra há cerca de 25 anos, Aparecida já se acostumou com as enchentes e como impedir que a água entre em casa. A sensação não pode ser compartilhada por Cristina Ramos, 50, que chegou ao bairro, por volta das 19h, para buscar a filha. "Ela se mudou para cá faz três meses. Me ligou chorando e disse que a casa dela está quase caindo. As coisas que ela comprou, geladeira, lavadora, vai perder tudo", lamenta Cristina, que levou a filha para sua residência, no Centro.

A região central também sofreu consequências do temporal. Pelo menos dez carros foram inundados na base da Guarda Civil Municipal, na Avenida Washington Luís. Os guardas quebraram os vidros dos veículos para colocá-los em um ponto mais alto.

Na Avenida Presidente Castello Branco, motoristas ficaram cerca de uma hora parados no trânsito. "Ficou tudo parado nos dois sentidos por causa da enchente. Tinha carro com água na altura dos vidros", conta a auxiliar administrativa Larissa Nogueira, 28.

A queda de uma árvore na Rua Hermínio Pegoraro, no Jardim Itapark, deixou dezenas de casas sem energia elétrica. No mesmo bairro, um deslizamento de terra invadiu o quarto da dona de casa Josicleide da Silva, 25. "Perdi cama, berço e as roupas das crianças", conta.