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Saúde deixa 2.000
sem salário na região
Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
06/05/2011 | 07:05
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A falta de pagamento de salários e benefícios atinge cerca de 2.000 funcionários da saúde privada no Grande ABC. Desde 2005, quatro hospitais foram fechados na região e funcionários aguardam, desde então, o acerto de contas.

Antes da Maternidade Neomater, dos hospitais São Caetano e Mauá fecharem as portas nos últimos seis meses, o Grupo Universo Saúde, dono do Hospital das Nações, já tinha mostrado como pode ser difícil trabalhar, e receber, neste setor por aqui.

A empresa de assistência de medicina e administração de planos de saúde, com sede em Santo André, cancelou atendimento em 2005 e deixou 18 ações cíveis (despejo por falta de pagamento, pedido de falência, execução fiscal, execução de título extrajudicial, indenizações, entre outras) e 16 ações trabalhistas para trás. Seus 290 títulos protestados somavam, em 2007, R$ 1,35 milhão.

"Neste caso específico foram prejudicados cerca de 300 profissionais", conta o presidente do SindSaúde/ABC (Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos Privados de Saúde no Grande ABC), Waldir Tadeu David. "O sindicato tem equipamentos que foram retirados do local para garantir a penhora e pagamento dos débitos trabalhistas. Com a demora da Justiça para confirmar o leilão, grande parte deles perdeu valor e não pagaria nem pequenas dívidas", comenta o sindicalista.

Quem trabalhou na Neomater nos últimos três anos também sonha em receber os direitos que não foram pagos. A empresa, que fechou definitivamente as portas em setembro, tem cerca de R$ 18 milhões em dívidas e 800 funcionários aguardando o leilão judicial para a venda do prédio, ainda sem data para acontecer.

Já para os profissionais que atuavam no São Caetano, hospital que era gerido por uma sociedade beneficente, ainda têm um fio de esperança. "Eles estão chamando trabalhadores aos poucos para quitar os valores, mas ainda é uma situação muito difícil", destaca Tadeu. No entanto, como o hospital, que tinha na folha 750 funcionários, não pertence a um grupo privado de saúde, não pode ir a leilão, nem penhorar bens para acertar débitos.

Já os 90 trabalhadores do Hospital Mauá, do Grupo Samcil, esperam afoitos o desfecho da venda da carteira do grupo para a Greeenline para honrar dívidas.

"Por enquanto, eles estão chamando aleatoriamente alguns servidores e dando baixa nas carteiras, mas sem a homologação, que é o que prevê os pagamentos. A informação que temos é de que a Samcil ainda não recebeu nada pela venda e que isso deve levar pelo menos mais um mês", conclui o sindicalista.

 

Pacientes da Samcil já são atendidos em unidade da Greenline

Os 61 mil pacientes da Samcil na região, que agora pertencem à rede Greenline, já começam a ser atendidos em um dos dois espaços do grupo que funcionam em São Bernado. A rede tem um pronto atendimento e um centro médico aqui e mais três hospitais na Capital.

Ontem, o Diário visitou o PA em São Bernardo, que possui médicos em ortopedia, pediatria e clínica geral e encontrou o local praticamente vazio. O tempo médio de espera para passar com um dos especialistas era menor do que 30 minutos.

Para serem atendidos, os clientes Samcil devem levar o boleto pago, a carteira do plano e um documento com foto.

Atendimento emergência na avenida Lucas Nogueira Garcez, 400, ou no centro médico na rua Baffin, 387, ambos em São Bernardo. Telefones: 4123-1556 ou 4123-3815.




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