O Censo Demográfico 2000, promovido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) chegou nesta sexta à Cadeia Pública de Ribeirao Pires. A agente censitária responsável pelo município, Luciane Muniz Rodrigues, um supervisor e uma recenseadora foram incumbidos da tarefa de levantar os dados de todos presos condenados por sentença definitiva que entraram até o dia 31 de julho.

A equipe do IBGE realizou o trabalho na cadeia entre 9h às 12h e recenseou pessoalmente cada um dos 160 detentos. Segundo a agente censitária, que preferiu nao ser identificada, outros 20 presos nao quiseram responder as perguntas do questionário, mas todos foram receptivos. "Quando entramos, eles queriam saber o que estávamos fazendo lá, chegaram a perguntar se trazíamos algum mandado judicial de liberdade. Tivemos de explicar, de forma simplificada, que viemos realizar o censo, que é a contagem do número de habitantes no país", contou.

A visita dos pesquisadores foi possível graças ao apoio do diretor da cadeia, delegado Luiz Carlos do Carmo e dos carcereiros. "Os próprios presos se organizaram para conversar conosco facilitando bastante o trabalho", explicou Luciane.

O censo dos presos é feito da mesma maneira que nos domicílios. Eles devem fornecer dados pessoais, como grau de escolaridade, data e local de nascimento e se possui alguma deficiência física. "A diferença é que nao preenchemos o espaço reservado para as características do domicílio", disse a agente. Os familiares dos presidiários recebem os recenseadores normalmente em casa, mas devem dar informaçoes apenas dos moradores.

Os detentos ouvidos pelos pesquisadores em Ribeirao Pires só nao puderam assinar o questionário de perguntas. "Somos proibidos de fornecer canetas para a assinatura, pois elas sao instrumentos perfurantes e podem ser usadas como armas", completou Luciane.