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Dicionário explica expressões e palavrões do francês
Patrícia Vilani
Do Diário do Grande ABC
18/08/2002 | 18:06
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A língua francesa está presente em 52 países do mundo e junto com as demais línguas latinas – espanhol, italiano, português – forma uma população de 800 milhões de falantes ou 13% da população mundial. Sob este ponto de vista, fica curioso compará-la ao inglês, que atinge 630 milhões de pessoas. O idioma do “biquinho” ganha agora sua primeira versão em um dicionário diferenciado. Trata-se do Dicionário de Provérbios, Idiomatismos e Palavrões Francês-Português/Português-Francês (Cultura Editores Associados, 363 páginas, R$ 40), de autoria de Cláudia Xatara e Wanda Leonardo de Oliveira.

Apelidada de PIP, a obra é a primeira de uma nova coleções de dicionários e livros de consulta lançados pela Cultura Editores. A forma inédita para o mercado editorial traz a riqueza da fraseologia popular existente na França e no Brasil. É um decifrador de expressões idiomáticas, que costumam dar rasteiras em estrangeiros, mas servem também como boas frases de efeito. A parte divertida fica por conta dos palavrões e, em contrapartida, dos sábios provérbios franceses. É, portanto, uma obra imprescindível para tradutores e estudiosos.

O dicionário está dividido em três partes. Na primeira, há uma coletânea de 1,1 mil provérbios do português e suas equivalências em francês. A segunda é composta por 9 mil expressões idiomáticas do francês para o português e 6,9 mil no sentido contrário. E, por último, há 3,5 mil palavrões franceses com tradução e 4 mil em português passados para o francês.

Segundo Cláudia, o dicionário nasceu de pesquisas obrigatórias para a Unesp, na qual leciona Língua Francesa – Estágio de Tradução. “Comecei meu trabalho de mestrado estudando provérbios e de doutorado pesquisando expressões. Como a dificuldade de encontrar um correspondente adequado sempre foi grande para o francês, decidi aplicar este trabalho divulgando-o para a comunidade”, diz.

Cláudia concluiu que, em relação aos provérbios, há uma proximidade muito grande entre os dois idiomas. Um exemplo: joindre l’utile à l’agréable, cuja tradução se dá ao pé da letra: unir o útil ao agradável.

“Já as expressões idiomáticas são hilárias, nos leva a cometer erros absurdos. Como a expressão casser sa tite que, traduzida diretamente para o português, seria quebrar o cachimbo. Na realidade, ela significa ‘morrer’, mas precisa de uma tradução tão cheia de imagens como no português. Daí surge uma série de traduções: bater as botas, abotoar o paletó etc”.

Os palavrões também foram objeto de estudo acadêmico. “A criação popular de palavrões é muito rica em ambas as línguas, principalmente no aspecto erótico e obsceno”, afirma. “Vulva, por exemplo, ganha mais de 500 verbetes para cada um destes idiomas. Já para o homossexualismo, a língua portuguesa é mais produtiva”, diz.




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