A CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) suspende a partir de quinta as viagens com destino ou partida da Vila de Paranapiacaba, em Santo André, durante os dias da semana. Mas, antes mesmo de a data chegar, os moradores que dependem desse tipo de transporte ficaram praticamente isolados nesta terça, quando a empresa teve de cancelar as viagens porque o trem que faz o percurso entre Rio Grande da Serra e a Vila apresentou problemas. A empresa promete normalizar o serviço nesta quarta, último dia útil em que estará disponível.

Para garantir o transporte até a estação de Rio Grande da Serra, a CPTM colocou nesta terça à disposição do usuário o Paesa (Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência), que oferece condução (ônibus) gratuita aos passageiros.

Mas a situação vivida nesta terça pelos usuários tende a piorar a partir de quinta – quando os trens deixarão de circular durante a semana –, já que o Paesa não será utilizado pela companhia e os usuários dependerão apenas das linhas municipais de ônibus.

Mas existem exceções, pois a partir de sábado a linha D (Barra Funda/Rio Grande da Serra, com extensão até a Vila de Paranapiacaba) irá circular na estação nos fins de semana e feriados, em quatro horários: dois pela manhã, um à tarde e outro à noite. As viagens irão partir de Rio Grande da Serra com destino a Paranapiacaba às 8h, 9h40, 12h e 18h. No sentido contrário, acontecem às 9h, 11h, 17h e 20h.

Segundo o coordenador executivo das linhas A (Brás/Francisco Morato, com extensão a Jundiaí) e D da CPTM, Mohamed Choucair, os horários irão atender às demandas local e turística, que somam aproximadamente 300 passageiros por dia nos fins de semana e feriados.

A justificativa da CPTM para acabar com a circulação até Paranapiacaba é a de que não existe procura. Segundo a companhia, apenas 90 passageiros utilizam diariamente a condução. “O trem será deslocado para o trecho Jundiaí/Francisco Morato, que atende cerca de 6 mil pessoas por dia”, disse.

Os moradores de Paranapiacaba que utilizam o trem, entretanto, prepararam um abaixo-assinado com 1,6 mil assinaturas e entregaram à CPTM para protestar contra a decisão da companhia.

A principal alegação é que os custos para sair da Vila aumentarão. “A maioria vai para São Paulo de trem. Agora, vai ter de pegar uma condução de R$ 1,40 até Rio Grande e lá gastar mais R$ 1,25 na passagem do trem”, afirmou Ivanice da Silva Lima, 40 anos.

Segundo ela, além do abaixo-assinado, os moradores elaboraram um relatório que destaca as condições atuais da estação, mas não tiveram resposta da CPTM. “Resolvemos, então, que vamos tentar entrar com uma ação civil pública contra a companhia para pedir o retorno do serviço.”