Cada noite terá cerca de duas horas de shows, alinhavados com declamaçao de poemas e apresentaçoes do percussionista baiano Nilton Cobrinha. A abertura fica por conta do grupo de dança Ojuobá. Em seguida, Haroldo Costa declama o poema Somos Canto, de Márcio Barbosa.

Na seqüência, se apresentam Alaíde Costa, Noite Ilustrada, Artistas Reunidos (Max de Castro, Wilson Simoninha, Jairzinho Oliveira, Luciana Mello, Daniel Carlomagno e Pedro Mariano) e o grupo de rap 509-E.

Depois, Ruth de Souza mostra o poema Tem Gente com Fome, de Solano Trindade, abrindo espaço para os shows de Jair Rodrigues, Carmen Costa e Zezé Motta, que também declamará Essa Negra Fulô, de Jorge Lima.

Jorge Laffond recita o último poema, Prece, de Domício Proença, antes de entrarem no palco Dona Ivone Lara e Tobias da Vai-Vai. Em Canto Negro promete um final apoteótico, com todos os artistas cantando juntos o samba-enredo Quizomba, Festa da Raça, com o qual a escola de samba Unidos de Vila Isabel venceu o carnaval carioca, em 1988.

Segundo Haroldo Costa, que concebeu o evento junto com Paulo César Soares, Em Canto Negro "é como uma opereta, com poemas interligando as apresentaçoes musicais. Procuramos, também, fazer uma amostragem da presença negra na música brasileira, reunindo desde o pessoal mais tradicional até os mais novos, que hoje fazem uma música contemporânea com forte influência dos compositores do passado".

Cada artista apresentará três músicas, exceto os Artistas Reunidos. "Eles farao um show dentro do show", avisa Costa. Em Canto Negro - Show. Quinta, sexta e sábado, às 21h. No Memorial da América Latina - av. Auro Soares de Moura Andrade, 664. Tel.: 3823-9721. Censura livre. Entrada franca. Os ingressos devem ser retirados com antecedência.