O motorista perguntou à estudante como fazia para pegar o retorno ao Riacho. Quando se aproximou do carro para explicar, ele disse que era um assalto e a fez entrar e sentar no banco traseiro. Foi quando a estudante percebeu que havia outro homem no carro. Eles disseram que haviam roubado o carro e que se a polícia os parasse, ela seria refém. O motorista seguiu em direção a Santo André. Daí para frente ela não viu mais nada. Eles colocaram uma blusa em seu rosto, para que não visse para onde estava indo.
E. disse que só tiraram a blusa de sua cabeça ao chegar no local onde foi estuprada. A estudante, como as outras vítimas, disse que o local parecia um escritório. Quando percebeu que seria violentada, começou a chorar e recebeu um tapa no rosto. Ela foi estuprada pelos dois homens durante uma hora.
Depois, ela foi colocada de novo dentro do carro e deixada na rua José Bonifácio, em São Bernardo. Os maníacos falaram para ela não olhar para trás e, por isso, ela disse que não conseguiu anotar a placa do carro.
Descrição – Ela descreveu os estupradores como jovens de 20 a 25 anos. Um deles, segundo ela, é branco, com cerca de 1,70 m e cabelos castanhos escuros. O outro é moreno e magro, com cabelos lisos e curtos. Segundo o retrato falado da polícia, um dos estupradores seria loiro.
A delegada titular da Delegacia de Defesa da Mulher de São Bernardo, Ângela Ferreira Ballarini, fez diligências com a vítima, mas não quis divulgar o resultado para não “atrapalhar a investigação”. “Acreditamos que estamos perto de encontrá-los”, comentou Ballarini. A delegada acredita que a dupla seja a mesma em todos os casos.
Segundo a delegada, a estudante estava muito abalada, mas conseguiu fornecer informações detalhadas. “O ideal seria que as mulheres evitassem ficar sozinhas em pontos de ônibus”, recomendou.
A estudante é a sexta vítima de maníacos, que agem sempre em dois. Os ataques ocorrem desde o dia 2 de abril. As outras mulheres foram pegas nos bairros Demarchi e Baeta Neves, em São Bernardo; no Parque das Américas, em Mauá; e no Jardim Mirante e na Vila Caiçara, em Ribeirão Pires. Outras três vítimas acusaram um motorista de um Corsa claro, no Jardim Zaíra e no IV Centenário, em Mauá. A polícia não sabe se há uma ligação entre as duas séries.
Na noite desta segunda, a Polícia Civil realizou uma ronda para procurar carros semelhantes nas áreas onde as mulheres foram pegas pela dupla, em Mauá e Ribeirão Pires. “Infelizmente, eles agiram em outro lugar”, disse Ballarini.
Nesta terça, a mãe da estudante, M.T.R., estava indignada com o que aconteceu à filha. “É um absurdo, estou horrorizada. Não eram nem 19h.” Ela afirmou sempre ter se preocupado todas as vezes que uma de suas três filhas andam sozinhas. “Agora, o que preciso fazer é dar força a ela. Ela vai reagir, porque tem cabeça boa”, disse a mãe.
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