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‘Domingo Sangrento’ revive drama que chocou o mundo
Patrícia Vilani
Do Diário do Grande ABC
21/11/2002 | 18:20
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Não foi só Bono Vox que “não podia acreditar nas notícias do dia”, como ele anunciou na primeira frase de Sunday Bloody Sunday, uma das canções mais conhecidas da megabanda irlandesa U2. O mundo todo se chocou com os acontecimentos de 30 de janeiro de 1972 na Irlanda do Norte, quando soldados britânicos assassinaram 13 cidadãos desarmados que participavam de uma marcha pelos direitos civis em Derry. O longa Domingo Sangrento (Bloody Sunday, Inglaterra/Irlanda, 2002), que estréia nesta sexta em São Paulo, retrata o ocorrido 20 anos depois, mas não perde seu sentido crítico pelo atraso no calendário.   

O diretor Paul Greengrass se concentra na história de três homens envolvidos no conflito: o congressista Ivan Cooper (James Nesbitt), um líder idealista dos direitos civis, protestante em campo católico que, assim como Martin Luther King, sonha com a mudança de forma pacífica; o jovem Gerry Donahy (Declan Duddy), rebelde católico de 17 anos determinado a começar uma vida nova ao lado da namorada protestante; e o militar Patrick MacLellan (Nicholas Farrell), comandante do exército britânico, que se vê pressionado a tomar medidas enérgicas para conter a marcha.   

A cena em que Cooper descobre, no hospital, o número de mortos, chega a causar transtorno no espectador. Isso porque Domingo Sangrento é muito bem filmado. Não se trata de estética, mas de realismo usando recursos simples: a câmera acompanha os personagens, dando a sensação de que o espectador está dentro da ação. Nas cenas de batalha, as seqüências sofrem poucos cortes, aumentando o impacto no público. O resultado de Greengrass é o primeiro filme sobre o 30 de janeiro irlandês.




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