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Cães de raças exóticas são vendidos no ABC
James Capelli
Do Diário do Grande ABC
27/01/2001 | 17:58
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O cão é o melhor amigo do homem. E pode ser um amigo muito caro. Especialmente para quem busca um filhote de uma raça diferente das tradicionais. No Grande ABC, é possível encontrar canis de raças exóticas e raras, como Borzoi ou Galgo Russo, Cavalier King Charles Spaniel e Bulldog Inglês. Os nomes são imponentes, o preço é alto e os cachorros extravagantes.

Desses três tipos de cães incomuns vendidos na região, o mais caro é o Bulldog Inglês. Um filhote custa entre R$ 1,8 mil e R$ 8 mil. Segundo Cláudio Lorenz, proprietário do canil Bull Bitter, de São Caetano, quanto mais acentuadas as características da raça, maior é o valor do cachorro. Ele está com 20 filhotes à venda, por R$ 3 mil cada um. “O preço é alto porque é difícil conseguir crias. O cruzamento requer assistência. Muitas vezes é necessária inseminação artificial. O parto, complicado, exige a presença de um veterinário. Esses gastos se refletem no preço do filhote”, explicou. Cláudio garante que a docilidade do cão associada a sua aparência grotesca, formam uma combinação que compensa o investimento.

Dos 100 exemplares do cão Borzoi que há no Brasil, cinco vivem em São Bernardo. Pertencem a Ricardo Gabriel Filho, dono do canil Font of Life. Ele só coloca filhotes à venda a cada dois anos. Os interessados precisam entrar em listas de espera. Os preços variam entre R$ 800 e R$ 1,8 mil, de acordo com as características do filhote. “O Borzoi é um cão muito exótico. Quando saio na rua com ele, todo mundo pára”, disse Ricardo. A personalidade também é peculiar. Para o criador, “o comportamento dele está mais para gato do que pra cachorro”.

A história da raça completa o tom exótico. O Borzoi surgiu no século XVIII para ser o cão dos czares. Com a Revolução Russa, foi exterminado junto com as famílias nobres daquele país. Os cães sobreviventes foram levados para outros países da Europa. No começo do século XX, suas linhas longas e finas inspiraram os criadores da art nouveau.

Já a raça Cavalier King Charles Spaniel surgiu na Idade Média e era a preferida de reis e cavaleiros ingleses que lutaram nas Cruzadas. A raça esteve presente em pinturas dos séculos XVI e XVII, época do rei Charles II, seu principal divulgador e a razão do King Charles no nome. Hoje, existem menos de 50 exemplares da raça no Brasil.

No canil Belfort, de São Caetano, a proprietária Lídia Belfort Pinheiro, tem quatro filhotes da raça à venda. “Nasceram no dia 25 de dezembro, todas fêmeas, custam R$ 500 cada”. Segundo Lídia, é uma raça dócil: “Lembra o Cocker Spaniel e tem um pouco de Pequinês também. Ele adora crianças e faz tudo por carinho”.

Mas o Cavalier tem alguns problemas que Lídia avisa aos proprietários. “A raça pode desenvolver algumas alergias que requerem muitos cuidados. Os dentes também são sensíveis. Eu deixo isso claro no contrato de venda.”




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