O investimento em treinamentos faz parte do processo de consolidação de uma empresa no mercado. Com o funcionário devidamente treinado, a produção otimizada, o negócio passa a não mais atrasar o prazo de entrega e, com isso, o empresário consegue reduzir custos.

Um treinamento simples, segundo o consultor Fernando Arbache, presidente da Arbache Consultoria e Treinamento, pode sair por R$ 3.000 chegando a R$ 200 mil, dependendo do nível de aprofundamento. Em pouco mais de um mês a empresa consegue recuperar o investimento. Se o empregado produz 10 peças por dia, após o treinamento chega a fabricar 11. Se a empresa possui 20 funcionários que trabalham 20 dias no mês, são geradas 400 peças a mais, exemplifica Arbache.

No ano, portanto, são 4.800 a mais, o que implica aumento de 10% na produção. Se o empresário fatura R$ 1 milhão anual, ele passar a ter receita de R$ 1,1 milhão, ou seja, R$ 100 mil a mais.

O consultor ressalta, entretanto, que isso fruto de um treinamento diferenciado, com base em jogos de negócios. O efeito surte rapidamente porque eles aprendem atuando. Em vez de passar quatro dias de forma passiva, tendo aulas teóricas, ele aprende executando em várias rodadas de negócios.

Arbache conta que é feito, por exemplo, simulação em que os funcionários têm de concorrer entre eles, gerenciando o caixa, a receita da empresa fictícia, precificando, investindo em marketing etc. "Uma vez treinamos 25 funcionários de chão de fábrica, pois a cada 100 pedidos, apenas 40 eram entregues. Após o treinamento, o número saltou para 90."

Para os empreendedores menos providos de recursos, uma das alternativas é procurar orientação do Sebrae-SP, que oferece consultorias gratuitas a empresários. Toda decisão mal tomada gera retrabalho, alerta Marcelo Alciati, analista do escritório regional do Sebrae no Grande ABC. Ele quer dizer, com isso, que a falta de preparo dos trabalhadores pode reduzir as vendas e ocasionar a perda de clientes.

A maior parte dos micro e pequenos empresários dificilmente possui visão macro da gestão de seus negócios e isso provoca acumulo de funções. "Geralmente ele faz tudo na empresa. Vai ao banco, atende o telefone, contrata o funcionário sem conhecer bem a área em que ele vai atuar e confunde suas contas pessoais com as da empresa. Muitas vezes esse empresário não para para planejar", explica Alciati.

"E aí onde está o erro, pois o empreendedor contrata uma pessoa que não conhece bem o que vai fazer e ele também não tem tempo para lhe explicar a tarefa, por isso o rendimento não é o esperado. Isso gera um descontentamento em cadeia. Por isso, quando falamos em gesto estamos nos referindo produção. Quanto melhor o preparo e maior a organização do local e das funções, melhor o resultado", afirma o analista.

Os empresários podem procurar pelos profissionais do Sebrae-SP na unidade do Grande ABC, situada Rua Cel. Fernando Prestes, 47, Centro, Santo André. O telefone é: 4990-1911.