Artigo

A Polícia Federal, junto com o Ministério Público, deu início, no dia 15 de dezembro, à Operação Catilinárias, para cumprir mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal referentes a processos instaurados em continuação à Operação Lava Jato sobre a corrupção na Petrobras.

As buscas foram na residência do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha; do ministro da Ciência e Tecnologia, Celso Pansera; do ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves; do senador Edison Lobão, ex-ministro de Minas e Energia; do deputado federal Aníbal Gomes e muitos outros parlamentares pelo Brasil, na grande maioria do PMDB.

Interessante sabermos de onde saiu o nome dessa operação. As Catilinárias são série de quatro discursos que o cônsul romano Marco Túlio Cícero fez em 63 a.C. (antes de Cristo), contra o senador Lúcio Sérgio Catilina, que pretendia dissolver o Senado e tomar o poder em Roma. Ao saber dos planos do senador, Cícero convocou reunião no Senado e deu início aos seus discursos famosos. Após ser desmascarado, Catilina se afastou do Senado, armou exército rebelde e acabou morrendo no ano seguinte, pelas forças romanas leais ao Senado romano. Partes do célebre discurso de Cícero ao Senado diziam o seguinte:

– Até quando, ó Catilina, abusarás da nossa paciência?

– Por quanto tempo a tua loucura há de zombar de nós?

– A que extremos se há de precipitar a tua desenfreada audácia?

– Nem a guarda do Palatino, nem a ronda noturna da cidade, nem os temores do povo, nem a afluência de todos os homens de bem, nem este local tão bem protegido para a reunião do Senado, nem o olhar e o aspecto desses senadores, nada disto conseguiu perturbar-te?

– Não te dás conta que os teus planos foram descobertos?

– Não vês que a tua conspiração a têm já dominada todos estes que a conhecem? Quem, dentre nós, pensas tu que ignora o que fizeste na noite passada e na precedente? Onde estiveste, com quem te encontraste, que decisão tomaste? Oh tempos, oh costumes! O Senado tem conhecimento destes fatos e o cônsul tem-nos diante dos olhos!

Mais de 2.000 anos se passaram, mas o discurso permanece vivo e atual. Hoje, temos uma infinidade de ‘Catilinas’, políticos mentirosos, corruptos e que só andam atrás do poder. Como diria Cícero nos dias de hoje:

– Até quando, corrupto, abusarás da nossa paciência? Até quando?

Célio Pezza é colunista e escritor.

Palavra do leitor

Cidade insegura
Referente à reportagem ‘São Caetano reduz a criminalidade em 24%’ (Setecidades, ontem), que relata que o município ostenta o título de cidade com a maior redução da criminalidade da Grande São Paulo em 2015, tenho a comentar que a base de referência são outras cidades da região com criminalidade altíssima. O correto é comparar a própria cidade nos últimos dez anos e veremos como é assustador o aumento da criminalidade nesse período. Exemplo é a Rua Tocantins, bairro Nova Gerty. Lá, muitas casas foram furtadas entre julho e dezembro. Existem lojas do bairro fechando por causa dos assaltos. Cadê essa cidade segura, prefeito?
João Gilberto Lúcio
São Caetano

Ousadia
O PT, apesar do terrível quadro atual em que nos encontramos, ainda não entendeu que com a economia não se brinca. Estamos em recessão devido à ousadia de Guido Mantega no mandato anterior de Dilma Rousseff. Agora, vem o Rui Falcão pedir que Nelson Barbosa tenha mais ousadia em 2016. Sugiro que o ministro saia fantasiado de baiana no Carnaval, para satisfazer esse desejo de ‘ousadia’ do presidente do PT e trate a economia o mais conservadoramente possível, para evitar danos ainda maiores ao nosso País.
Ronaldo Gomes Ferraz
Rio de Janeiro

Américo Del Corto
No 13º Congresso de História do Grande ABC, que no ano passado ocorreu em Ribeirão Pires, soube que o nobilíssimo cidadão ribeirão-pirense Américo Del Corto estava adoentado, o que impedia de escrever para este prestigioso Diário, mas não o privou da leitura. Isto posto, espero que chegue ao seu conhecimento que sinto falta das suas sempre bem escritas missivas endereçadas a esta nossa Palavra do Leitor, que traziam à baila temas cruciantes e relevantes de âmbitos municipal, regional e nacional, sempre pautadas pelas normas da civilidade e nunca repetitivas. Desejo que se restabeleça plenamente e volte a nos brindar com suas bem-vindas missivas, que nos davam vieses ponderados sobre os assuntos que eram colocados em pauta. Saudações restabelecidas.
João Paulo de Oliveira
Diadema

Explosão
Uma poderosa bomba de hidrogênio foi explodida pela Coreia do Norte de Kim Jong-un, ditador por herança do país. Ora, para que lhe serve ter/explodir bomba atômica? Que benefícios a explosão trará para seu povo?
Pedro Luís de Campos Vergueiro
Capital

Resposta
Sobre a carta da leitora Neide Maria Rainato (Cortem-na!, ontem), o Semasa informa que a moradora nunca solicitou para a autarquia ou à Defesa Civil de Santo André vistoria para árvore com risco de queda na Rua Comendador Antônio Benvenuto Batáglia. Os pedidos feitos ao Semasa e à Defesa Civil pelos canais oficiais (telefone 115 e 199, Fale Conosco – via site – e postos de atendimento) se transformam em registros que fazem parte do sistema de gestão qualidade da autarquia. Eles são acompanhados pelos gestores das áreas e os munícipes recebem obrigatoriamente resposta, sendo ela positiva ou não. Ontem, equipe da Defesa Civil esteve no local indicado pela moradora e constatou que trata-se de árvore saudável, plantada na calçada, sem risco iminente de queda da planta sobre a casa, não sendo portanto indicado o corte. A copa da árvore, porém, por estar muito alta, pode atingir o telhado da residência e a fiação elétrica. O caso foi encaminhado para o Departamento de Parques e Áreas Verdes da Prefeitura, responsável pelas árvores nas vias públicas da cidade, e para a AES Eletropaulo.
Semasa