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Leilao da Bolsa de Arte do RJ terá obras de Visconti e Volpi
Do Diário do Grande ABC
08/05/2000 | 16:07
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O leilao da Bolsa de Arte do Rio ocorre esta terça-feira, no Copacabana Palace, a partir das 21h. A grande novidade é a ausência de quadros de Alberto Guignard, depois de muitos anos em que o pintor fluminense - alvo de uma retrospectiva no Museu Nacional de Belas Artes - consegue os maiores preços do mercado. "Nao consegui sequer um desenho pelo preço que achamos razoável", diz o diretor da Bolsa de Arte, Jones Bergamin. "Os colecionadores apegaram-se a seus Guignards em virtude de toda essa movimentaçao em torno dele", afirma.

Se nao tem Guignard, cujo preço já se compara aos de Di Cavalcanti e Portinari, a Bolsa de Arte oferece artistas modernos e contemporâneos que sao promessas no mercado. "Temos duas obras de Rubem Valentin da década de 60, dedicadas aos críticos Ferreira Gullar e Mário Pedrosa, com preços a partir de R$ 25 mil", informa Bergamin. Além de "Bailarinos", feito por Iberê Camargo em 1986 e com preço mínimo de R$ 90 mil. "Ambos ótimos investimentos, pois Iberê e Valentin sao dois nomes com grandes chances de se valorizar nos próximos anos", analisa Bergamin.

Para o diretor da Bolsa de Arte, o ano 2000 tem sido bom para o mercado, devido às grandes exposiçoes, como a de Guignard (que chega a Sao Paulo em julho) e a "Mostra do Redescobrimento", atualmente no Parque do Ibirapuera, em Sao Paulo, com previsao para viajar pelo país. "Esses eventos chamam a atençao dos colecionadores, que reavaliam suas obras" explica Bergamin. "O problema é que, às vezes, o proprietário de uma obra pede muito alto quando o leilao tem ineditismo e bom preço".

Entre as raridades desse leilao está a escultura "Raízes", de Frans Krajcberg, datada dos anos 60, com preço mínimo de R$ 50 mil. Até agora, "Raízes" é a peça que tem despertado maior interesse entre os colecionadores. Há também o óleo sobre tela, "Os Talheres", de Vicente do Rego Monteiro, de 1925, a partir de R$ 250 mil. Também estará disponível um Eliseu Visconti de grandes dimensoes, "Tarde em Saint-Hubert", de 1916, a partir de R$ 200 mil. "Esse quadro pertence a um dos melhores períodos de Visconti, quando ele foi morar nos arredores de Paris com uma bolsa que ganhou num concurso e passou a pintar as crianças que moravam por perto", conta Bergamin.

Volpi - A grande vedete do leilao é o óleo sobre tela "Festa de Sao Joao", de Alfredo Volpi, datado de 1955, uma das muitas fachadas pintadas pelo artista italiano (radicado no Brasil), que tem lance a partir de R$ 500 mil. O leiloeiro será Evandro Carneiro, parceiro da Bolsa de Arte há alguns anos. Bergamin informa que é normal 10% das obras de um leilao nao alcançarem o preço mínimo.

"Isso pode ocorrer por uma distraçao do público ou do leiloeiro ou ainda porque os preços estao acima do que o mercado comporta", conclui ele.




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