Será realizada amanhã, em Santo André, a primeira edição do programa ‘Porteiro amigo do idoso’. Com inscrições gratuitas, o curso, criado pelo Grupo Bradesco Seguros, visa capacitar 100 profissionais da região a lidar melhor com o público da terceira idade, uma vez que o Brasil tem ritmo acelerado de envelhecimento – até 2050, 30% da população será composta por idosos, o mesmo índice do Japão. Hoje, no País, são 13%.

O projeto oferece formação multidisciplinar, com carga total de 12 horas, dividida em três aulas, que serão realizadas entre amanhã e quinta-feira.

Duas turmas serão formadas, sendo uma das 8h às 12h e, outra das 13h às 17h, ambas na Avenida Ramiro Colleone, 110, Centro, no Senac Santo André.

As inscrições podem ser feitas pelo e-mail santoandre@sp.senac.br. Para participar é necessária autorização do síndico do condomínio.

COMO FUNCIONA - A metodologia de ensino, desenvolvida pelo Senac Rio de Janeiro e aplicada na região pela unidade andreense, inclui vivência para que os alunos aprendam a se colocar no lugar dos idosos. Óculos para dificultar a visão, pesos nos pés e aparelho auricular, entre outros artifícios, são utilizados de forma que os porteiros sintam as limitações da idade e reflitam sobre as dificuldades enfrentadas pelos mais velhos.

Iniciativa pioneira do Grupo Bradesco Seguros, o programa visa aprimorar a relação dos porteiros com as pessoas longevas, uma vez que estes profissionais foram considerados “o melhor amigo do idoso” em pesquisa realizada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) com pessoas da terceira idade. A preocupação central do programa não é somente com a qualificação profissional, mas, também, estimular o porteiro a atuar de forma proativa, desempenhando papéis mais amplos no seu ambiente de trabalho e na comunidade.

NA REGIÃO - De acordo com pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2012, em Santo André existem cerca de 90 mil pessoas com 60 anos de idade ou mais (de um total de mais de 670 mil habitantes), o que corresponde a 13,5% da população. Dado que chama atenção é a população que irá entrar na terceira idade nos próximos dez anos, visto que 80 mil moradores do município possuem entre 50 e 59 anos.

“O objetivo do programa é fazer com que os porteiros se tornem ainda mais amigos e possam entender o processo de envelhecimento em todos os seus aspectos. Aquele que está preparado para lidar com o idoso, está preparado para lidar com qualquer público”, destaca Eugênio Velasques, diretor do grupo segurador.

A iniciativa se destaca em cenário de envelhecimento acelerado. Segundo o último levantamento divulgado pelo IBGE, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (2013), até 2050 a população de idosos no Brasil passará dos atuais 13% para 30%, o mesmo percentual do Japão.

O programa foi desenvolvido sob a orientação do médico e pesquisador em Saúde pública Alexandre Kalache, ex-coordenador de programas de envelhecimento da OMS, onde idealizou o conceito ‘Cidade amiga do idoso’.

Projeto visa encerrar o ano com 1.700 pessoas treinadas

Até o momento, já foram capacitados cerca de 1.500 profissionais. Neste ano, além do Rio de Janeiro – onde a iniciativa começou – e de São Paulo, o treinamento chega a Santo André, Campinas e Ribeirão Preto, e também a cidades de Minas Gerais e Espírito Santo. Estão previstas 50 turmas até o fim de 2015, com até 25 participantes cada, devendo chegar a cerca de 1.700 porteiros.

Pesquisa realizada pelo Idis (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social) com os participantes do curso revelou que 86% tiveram suas expectativas superadas, 92% avaliaram o programa como ótimo e 92% o recomendariam a outros profissionais.

Levantamento acerca da edição anterior com 311 porteiros no Rio de Janeiro e São Paulo revelou que, entre as atividades mais requisitadas com a população da terceira idade – e que devem receber mais atenção após a capacitação – destacam-se: ser mais atencioso, paciente, entender e respeitar suas necessidades (57%); carregar, segurar sacolas, malas e bolsas (47%); acompanhar os idosos até os elevadores, ajudá-los a entrar e a sair do elevador (44%); auxiliá-los a subir e a descer escada, oferecendo o braço como apoio (37%); melhorar a acessibilidade dos idosos no prédio (18%).