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Casos de HIV têm alta de 29% em 10 anos

Especialistas atribuem índice à banalização do vírus e aumento de testes para sorologia realizados

Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
01/12/2015 | 07:00
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André Henriques/DGABC


Estatísticas do DataSUS (banco de dados do Ministério da Saúde) e das prefeituras apontam que nos últimos dez anos o número de casos de pessoas diagnosticadas com HIV positivo teve aumento de 29,92% no Grande ABC. Enquanto em 2005, os sete municípios somavam 518 novos registros, neste ano, índices de cinco cidades – São Caetano e Rio Grande da Serra não informaram seus números – apontam que, até novembro, 673 pessoas descobriram a doença. Hoje é celebrado o Dia Mundial de Combate à Aids. Após registrar em 2005 total de 66 novos casos, Diadema apresentou neste ano o maior aumento entre municípios da região. Até novembro foram 244 ocorrências, alta de 269,7%.

Santo André, por sua vez, teve até o momento 255 novos casos em 2015, alta de 37,1% se comparado com 2005. Atualmente, dos pacientes diagnosticados com HIV/Aids, cerca de 2.000 passam pelo atendimento regular no Armi (Ambulatório de Referência para Moléstias Infecciosas) e 1.360 estão em uso de terapia antiretroviral, conhecida também como coquetel.

São Bernardo, que tem atualmente 2.033 pacientes em tratamento contra a Aids, teve neste ano 105 novas transmissões de HIV. O índice é 35,19% superior ao registrado há dez anos.

De janeiro a novembro, Mauá apresentou 50 novas infecções. Com isso, até hoje já são 341 resultados de HIV positivo no município.

Já Ribeirão Pires teve 19 novos casos em 2015, número 11,76% superior aos 17 positivos de 2005.

São Caetano, que teve 40 casos há dez anos e não informou números de 2015, tem atualmente cerca de 753 pessoas vivendo com o vírus.

De acordo com o professor responsável pela disciplina de Infectologia da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), Hélio Vasconcellos Lopes, o aumento dos índices pode ser atribuído a dois fatores. “Primeiro temos a banalização da infecção pelo HIV. As pessoas estão com a ideia de que o vírus é menos fatal com a justificativa do avanço da Medicina. Com isso, sentem-se mais seguras para praticar sexo sem preservativo. O segundo ponto é que, com o incentivo do governo para a realização do teste, muitas pessoas descobriram a doença.”

Para o infectologista do Hospital e Maternidade Brasil, Munir Akar Ayub, ainda falta maior empenho por parte da sociedade para reverter o aumento desse índice. “Hoje o HIV/Aids já é abordado em escolas e por famílias desde a adolescência. Mesmo assim, as transmissões continuam crescendo. É preciso mais responsabilidade por parte da população, mesmo com a rede básica oferecendo todo o suporte para o tratamento.”

Atualmente, todos os municípios da região oferecem unidades que contam com o serviço de teste rápido de HIV. Neste mês, as cidades ainda realizam programação especial para abordar o combate à Aids.

 




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