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Setor privado de saúde tem mais médicos que o público

Dado integra a Demografia Médica 2015, de Cremesp e CFM, apresentada ontem

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
01/12/2015 | 07:00
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O Brasil tem mais médicos atuando no setor privado que na esfera pública, segundo a Demografia Médica 2015 apresentada ontem e realizada pela FMUSP (Faculdade de Medicina da USP), com apoio do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) e do CFM (Conselho Federal de Medicina).

Os dados mostram que 21,6% dos médicos trabalham exclusivamente no setor público e 26,9% só atuam no setor privado. Os demais 51,5%, atuam nas duas esferas. Considerando a atuação exclusiva mais a sobreposição (atuação concomitante nos dois setores), 78,4% dos médicos trabalham no âmbito privado e 73,1% no público. No entanto, a população coberta exclusivamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde) é três vezes maior que a parcela que tem plano ou seguro de saúde. “É imensa a desigualdade de concentração dos médicos a favor do setor privado, se consideradas as populações cobertas pelo Sistema Único de Saúde (75% da população utilizam exclusivamente o SUS) e pela assistência médica suplementar (25% da população, além do direito ao SUS, têm plano ou seguro de saúde)”, ressalta o estudo.

Chama a atenção no levantamento a opinião de 42% dos médicos, que dizem preferir trabalhar no setor privado ainda que, hipoteticamente (conforme pergunta da pesquisa), o setor público oferecesse as mesmas condições de trabalho e remuneração. “A mudança desse cenário dependeria de decisões políticas capazes de gerar transformações estruturais no sistema de Saúde brasileiro, hoje marcado, de um lado, pela perpetuação do subfinanciamento público, o que ameaça a sustentabilidade do SUS, e, de outro, por políticas que incentivam o crescimento do mercado de planos e seguros de Saúde e a ampliação da rede hospitalar privada”, salienta o estudo.

O panorama mostra ainda que, até outubro, o Brasil tinha quase 400 mil médicos e uma população de 204 milhões de habitantes, média de 1,95 médico para cada 1.000 pessoas. Se considerarmos os registros de médicos nos CRMs (Conselhos Regionais de Medicina), o número sobe para mais de 432 mil profissionais. Essa diferença ocorre por causa das inscrições secundárias de médicos registrados em mais de um Estado, e resulta em 2,11 médicos por 1.000 habitantes.

No Estado de São Paulo, constam 117.995 registros médicos e 43,6 milhões de moradores, o que representa 2,7 médicos a cada grupo de 1.000 pessoas. 




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