Depois de ter ouvido o presidente da Parmalat brasileira, Ricardo Gonçalves, a PF começará a interrogar os executivos da empresa e cruzará as informações colhidas com o depoimento prestado na Itália pelo contador Gianfranco Bocchi, que afirmou às autoridades locais que a matriz desviava dinheiro para o Brasil.
Os clubes de futebol que foram patrocinados pela Parmalat serão alvos da investigação. Além de Palmeiras e do Juventude de Caxias do Sul (RS), a PF vai verificar se o Paulista, de Jundiaí, que chegou a ser comprado por uma das empresas do grupo, recebeu recursos ilegalmente. “Com o decorrer das investigações e a quebra de sigilo, se houve dinheiro ilegal nos clubes, isso aparecerá”, disse a fonte.
Com a quebra do sigilo bancário e fiscal da Parmalat, suas subsidiárias e seus dirigentes, a PF quer montar o fluxo de movimentação financeira dos últimos anos no Brasil. Com isso, os investigadores esperam chegar ao total de dinheiro enviado para fora do país, já que existe a suspeita de que foi por meio ilegal.
A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Banestado constatou algumas remessas feitas por meio do banco, que estão sendo investigadas. “Temos documentos da comissão mostrando a movimentação e com o sigilo poderemos avançar ainda mais em relação às contas CC-5”, afirma o investigador.
A PF suspeita que, nos últimos três anos, pelo menos R$ 1,4 bilhão tenha sido remetido pela Parmalat do Brasil para o exterior. O rastreamento também está sendo feito pelo Banco Central e pela Receita Federal. Além disso, investigadores vão verificar, por meio da quebra de sigilo bancário e fiscal, como foram enviados recursos da filial brasileira para a matriz na Itália, cujo montante seria em torno de R$ 198 milhões.
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