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PF requer quebra de sigilo de dirigentes da Parmalat
09/02/2004 | 23:41
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A Polícia Federal pediu à Justiça a quebra do sigilo bancário e fiscal de todos os dirigentes da Parmalat no Brasil e de suas subsidiárias. Apesar de estar apenas no início das investigações, as autoridades descobriram diversas ramificações dentro da empresa no país, o que levou a PF a dividir o inquérito aberto há duas semanas. “As atividades da Parmalat brasileira estavam diluídas de diversas formas. Ou seja, os dirigentes atuavam em diversas frentes”, afirma um delegado envolvido na apuração de supostas fraudes da empresa no Brasil.

Depois de ter ouvido o presidente da Parmalat brasileira, Ricardo Gonçalves, a PF começará a interrogar os executivos da empresa e cruzará as informações colhidas com o depoimento prestado na Itália pelo contador Gianfranco Bocchi, que afirmou às autoridades locais que a matriz desviava dinheiro para o Brasil.

Os clubes de futebol que foram patrocinados pela Parmalat serão alvos da investigação. Além de Palmeiras e do Juventude de Caxias do Sul (RS), a PF vai verificar se o Paulista, de Jundiaí, que chegou a ser comprado por uma das empresas do grupo, recebeu recursos ilegalmente. “Com o decorrer das investigações e a quebra de sigilo, se houve dinheiro ilegal nos clubes, isso aparecerá”, disse a fonte.

Com a quebra do sigilo bancário e fiscal da Parmalat, suas subsidiárias e seus dirigentes, a PF quer montar o fluxo de movimentação financeira dos últimos anos no Brasil. Com isso, os investigadores esperam chegar ao total de dinheiro enviado para fora do país, já que existe a suspeita de que foi por meio ilegal.

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Banestado constatou algumas remessas feitas por meio do banco, que estão sendo investigadas. “Temos documentos da comissão mostrando a movimentação e com o sigilo poderemos avançar ainda mais em relação às contas CC-5”, afirma o investigador.

A PF suspeita que, nos últimos três anos, pelo menos R$ 1,4 bilhão tenha sido remetido pela Parmalat do Brasil para o exterior. O rastreamento também está sendo feito pelo Banco Central e pela Receita Federal. Além disso, investigadores vão verificar, por meio da quebra de sigilo bancário e fiscal, como foram enviados recursos da filial brasileira para a matriz na Itália, cujo montante seria em torno de R$ 198 milhões.




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