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'Clube' incentiva música autoral
Adriana Feder
Especial para o Diário
28/02/2010 | 07:20
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Denis Maciel/DGABC


O Clube Caiubi, que existe há oito anos em São Paulo, é famoso por seus encontros culturais e por dar espaço à manifestação de novos artistas. Por ser um dos poucos espaços do gênero, é frequentado por pessoas de diversas regiões, inclusive de cidades do Grande ABC. "Resolvemos então há três anos unir os músicos daqui e montarmos o Encontro de Compositores, que se reúne todas as terças-feiras, no Bar Tupinikim, em Santo André", conta Rita Maria, uma das idealizadoras do projeto junto com Ivette Sabino.

Embora tenha começado pequeno, logo o projeto cresceu. "Nesses três anos de projeto já passaram mais de 160 compositores, com três músicas em média para cada um, o que é um número espantoso".

Um dos aspectos interessantes da noite do Encontro de Compositores é a participação aberta ao público. A pessoa pode chegar, mesmo que tenha acabado de compor algo, e apresentar sua canção. O palco é completamente aberto e não há nenhum tipo de restrição. "As vantagens de realizar essa troca são muitas, pois você conhece outras pessoas e faz parcerias, já que uns trabalham mais com letra e outros com melodia e podem se unir", afirma Daniel Pessoa, músico assíduo no clube. "Eu canto musicas de outras pessoas, outras pessoas cantam minhas músicas... a oportunidade de trocar conhecimento, se encontrar e falar sobre música é o tipo de experiência que não se mede", completa.

Em média, são cerca de oito apresentações a cada terça-feira, mas que já chegou a ter 20 em uma única noite. O Encontro também chegou à internet (http://clubecaiubi.ning.com/profile/EncontrodeCompositoresdeSA) e vai estrear um programa na rádio virtual Cidadão do Mundo. "Já indicamos nomes para fazer o projeto Sete Cidades, que o Sesc tem pra mostrar os artistas da região", conta Rita. A produtora ainda organiza shows com o Encontro de Compositores. Muitos nomes revelados no clube já fizeram abertura em shows de famosos, como Vanessa da Matta e Rita Ribeiro.

No grupo de compositores desde 2007, Rose Castilho, de Mauá, toca violão e canta, acompanhada do guitarrista e compositor Rafael Nascimento. Ela considera o grupo uma oportunidade para mostrar o trabalho para pessoas do ramo. "Além de divulgar seu trabalho, há um feedback dessas pessoas e você tem uma ideia se o trabalho está bom". Ela também acha que, ao se apresentar, iniciantes passam a ter mais confiança e uma melhor desenvoltura no palco.

Cantora, compositora e instrumentista, Juliana Lima, de Santo André, tem quatro CDs gravados e está na pré-produção do quinto, todos autorais. "É um excelente ponto de encontro para artistas da cidade, para conhecer músicos e para gente poder divulgar nossa cultura local".

O projeto também acolhe bandas, como a Fulanas de Tao, que surgiu há dois anos e é formada por Célia Domingos, Lais Caetano, Marília Mendes, Kika Menezes e Camila Nascimento. Além de tocar, elas também fazem questão de escutar. "É interessante ouvir o que as pessoas estão cantando, quais ritmos e temas estão sendo trabalhados, é uma troca muito interessante", considera Célia. Graças à visibilidade dos encontros, a banda já foi contratada pelo Tupinikim e fez show na virada cultural paulistana.

Para o futuro próximo, a ideia é fazer um CD, com uma compilação de compositores, tirar o projeto do palco do bar e formar shows, tanto pra disseminar a ideia dos encontros como para divulgação dos artistas. Para quem quiser conferir, o Bar Tupinikim fica na Rua das Monções, 585. A entrada é gratuita.




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