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Sem espaço, pedestres têm de se arriscar em Diadema

Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
25/10/2015 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC:


Em Diadema, pedestres são os que mais sofrem com problemas de Mobilidade Urbana, principalmente idosos, crianças e pessoas com alguma restrição física. Quem percorre o município percebe que, na maior parte das localidades, as pessoas enfrentam caminhadas em passagens completamente esburacadas, estreitas, cheias de degraus e outros obstáculos, isso quando existem calçadas. Em muitas ruas e avenidas, moradores são obrigados a caminhar no asfalto, lado a lado com veículos pesados, expostos a risco de acidentes.

“Se eu que sou jovem já sofro com os inúmeros degraus e buracos, imagina quem tem alguma dificuldade”, relata a vendedora Verônica Pereira da Silva, 23 anos.

Para pedestres, a Avenida Antonio Sylvio Cunha Bueno, no Jardim Inamar, é um exemplo claro dos problemas. “Tem muito comércio espalhado pela calçadas. Em alguns trechos fica impossível passar sem usar a rua como, Quando estou com minha pequena de 5 anos, me sinto ainda mais insegura”, relata a empregada doméstica Rita de Cássia Ribeiro, 41.

Outra via que registra reclamações é a Avenida Piraporinha que, além do trânsito intenso, tem poucas faixas de pedestre e ausência de ciclovia.

De acordo com o secretário de Transportes de Diadema, José Carlos Gonçalves, os espaços inadequados para uso do pedestre se tornaram problema em decorrência do espaço geográfico do município. “Infelizmente, não temos topografia que nos beneficia. Há na cidade muitos morros e, como consequência, as calçadas acabam não tendo padrão.”

Gonçalves destaca que fiscalização intensa nos comércios que desrespeitam as calçadas está sendo colocada em prática para evitar possível acidentes. “Além disso, a Prefeitura está estruturando toda a sinalização da cidade junto com campanhas educativas tanto para motoristas como pedestres.”

TRANSPORTE

Apesar de investir na instalação de wi-fi e televisores em sua frota de ônibus municipais que, atualmente, conta com 187 veículos, Diadema ainda apresenta reclamações em seu transporte público. Segundo usuários, falta melhor planejamento em algumas linhas.

“Apesar de a cidade ter integração (com o sistema de trólebus), ainda poderia ter linhas que atendessem de forma melhor os bairros”, opina o padeiro Wilson Duarte, 33.

De acordo com o secretário de Transportes, atualmente existem 27 linhas na cidade e a Prefeitura estuda possível readequação de alguns itinerários.

Trânsito travado é rotina para motoristas no Corredor ABD

Com frota circulante estimada pela Prefeitura em 268.700 veículos e média diária de 18 quilômetros de congestionamento nos horários de picos, Diadema tem no Corredor ABD e Avenida Piraporinha seus maiores fluxos de carros.

As vias utilizadas por motoristas que se dirigem para municípios vizinhos são os principais alvos de reclamação por quem usa carro. “É humanamente impossível passar pelo Corredor ABC depois das 16h sem se estressar”, relata o bancário Thiago Pinto de Souza, 36 anos.

“O trecho do Terminal Piraporinha é uma confusão total. As vezes olho para os passageiros do trólebus e penso diversas vezes como poderia estar no lugar deles com o trânsito livre”, comenta de forma descontraída a auxiliar de escritório Raquel D’Andrea, 28.

De acordo com o secretário de Transportes da cidade, José Carlos Gonçalves, a Prefeitura atua na sincronização de semáforos como medida para evitar gargalos pela cidade. “Temos um problema sério em trechos que são rota para outros municípios ou para a Rodovia dos Imigrantes. São os pontos de concentração de veículos.”

Segundo Gonçalves, projetos para aliviar o trânsito da cidade já estão em análise, incluindo alguns que aguardam verba do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo federal.

Já em relação ao espaço destinado para ciclistas, o secretário afirmou que Diadema ainda não possui ‘maturidade’ para criação desse modal. “Infelizmente, não temos condições para abrigar mais um espaço. Hoje sofremos com o trânsito e, novamente, ressalto que o topografia da cidade não colabora para que ciclovias sejam feitas no nosso território.”  




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