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Usuários de crack invadem Vila Guiomar
Henrique Munhos
Especial para o Diário
09/04/2011 | 07:42
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A presença constante de usuários de crack, a qualquer hora do dia, atormenta os moradores da Vila Guiomar, em Santo André. "Eles ficam aqui o dia inteiro. A gente não pode sair de casa que eles já vêm pedir dinheiro", disse uma moradora do conjunto habitacional Iapi, que pediu para não ser identificada.

As ruas Almeida Garrett e Princesa Maria da Glória são os pontos destes jovens. Na manhã de quinta-feira, a equipe do Diário passou pelo local duas vezes. Em ambas, foram encontrados alguns usuários. Uns estavam em grupos, conversando. Outros andavam solitariamente pelas vias.

Duas mulheres estavam entre os usuários. "À noite, elas ficam se prostituindo aqui, para ver se conseguem mais dinheiro para comprar droga", afirmou a mulher do Iapi. O período noturno é quando os moradores se sentem mais incomodados. "Eles brigam, gritam e fazem muito barulho. É uma verdadeira algazarra. Por isso, não conseguimos dormir", disse outra moradora.

Os moradores afirmaram que o problema sempre aconteceu naquele ponto. Porém, o número de usuários aumentou muito desde o início do ano. "Muita gente comenta que não deseja parar por aqui por conta da insegurança", declarou uma dona de casa, quem também afirmou que as vias são conhecidas como a "Cracolândia da Vila Guiomar".

A moradora, que tem uma pequena chácara no bairro, disse que quem é conhecido dos usuários não é incomodado. Porém, quem passa pelas vias sofre com pedidos de dinheiro, comida e até com assaltos.

"Já soube de muitos assaltos aqui. Também já encontrei bolsas e documentos que são jogados pelos usuários após os roubos", disse a dona de casa.

A Prefeitura de Santo André, por meio da GCM (Guarda Civil Municipal), da Secretaria de Segurança Pública Urbana e Trânsito, informou que "intensificará vistorias e rondas preventivas diuturnamente no local citado, por intermédio do programa Romu (Ronda Operacional Municipal)."

VELHO PROBLEMA
O problema do consumo de crack no Viaduto Dom Jorge Marcos de Oliveira, na Sacadura Cabral, segue sem solução. Na mesma manhã de quinta-feira, a equipe do Diário encontrou homens e mulheres fazendo uso da droga no local e também nas imediações do Sesc Santo André.

O comandante da Polícia Militar no Grande ABC, José Luís Navarro, afirmou que operações estão sendo feitas constantemente nos locais conhecidos como redutos dos usuários de crack.

O coronel voltou a frisar que a diminuição do problema não é somente de responsabilidade da Polícia Militar. "Estamos atuando em conjunto com as administrações municipais das cidades, para que haja um trabalho social que ofereça condições de tratamento a essas pessoas. Não basta que a polícia tire estas pessoas das ruas, pois elas irão retornar."

Navarro também disse que, para que o consumo de crack seja cada vez mais combatido, a ajuda da sociedade é fundamental. "Não basta apenas ver os usuários fazendo utilização da droga e achar que é normal. É preciso denunciar para a Polícia Militar e até para a imprensa, que é um segmento de auxílio para a sociedade."




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