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F-1 põe à prova nova ordem da categoria
Flavio Gomes
De Melbourne, para o Diário
07/03/2003 | 21:47
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O teste de fogo para a nova Fórmula 1 acontece a partir da meia-noite deste sábado na Austrália. Depois de cinco meses de polêmicas e discussões, a primeira corrida sob o regulamento idealizado por Max Mosley, presidente da FIA, será disputada em Melbourne. O dirigente queria cortar custos e melhorar o espetáculo. Se possível, acabar com a hegemonia da Ferrari. Não se sabe se conseguirá. Mas o fato é que ninguém no meio discute mais se Michael Schumacher vai continuar vencendo. Todos querem saber é se o “pacotão do Max” vai dar certo.

É possível que no grid de Melbourne se veja uma espécie de “nova ordem mundial”. Uma Ferrari na pole, talvez, mas com a outra um pouco mais longe. Um carro da Williams no meio do pelotão. Um BAR na frente. Um Renault surpreendente. Um Toyota colocando as asinhas de fora. Ninguém sabe direito o que esperar.

A dose de imprevisibilidade, pelos cálculos de Mosley, seria garantida pelo novo formato dos treinos. A classificação em “dois tempos”, com uma sessão na sexta e outra no sábado, ambas com voltas lançadas e únicas para cada piloto, teria a função de embaralhar o grid. Nada mais de favoritismos absolutos. Errar na classificação passou a ser fatal. Não há segunda chance.

Outro fator que potencializa as novidades é a regra que proíbe que se encoste no carro entre o treino de sábado e a largada. Com exceção de sistemas de segurança, nada pode ser alterado, nem mesmo a quantidade de gasolina no tanque. O combustível colocado antes da classificação é o que será usado no início da corrida. Quem treinou leve, com pouca gasolina, terá de parar cedo para reabastecer. Quem andou carregado largará mais atrás, mas em compensação não precisará inventar estratégias mirabolantes de pit stops.

São novidades em profusão, e o público está adorando. Ninguém acredita em milagres e é claro que a Minardi não vai ganhar da Ferrari, nem a Sauber vai andar na frente da McLaren a cada duas semanas. Mas parece certo que, para vencer, um favorito terá um pouco mais de trabalho que o normal. E pilotos que habitualmente não aspiram a nada poderão sonhar com algumas migalhas graças às agruras a que serão submetidos os membros da turma da frente.

Até a pontuação mudou. Agora, os oito primeiros marcam, contra os seis que pontuavam até o ano passado. O peso da vitória diminuiu. Do primeiro para o segundo colocado, são apenas dois pontos de diferença, e não mais quatro. Carro-reserva virou sinônimo de desgraça. Quem tiver de usar terá de largar no fim do pelotão.

Diante de tantas mudanças, poucos se lembram do que a temporada pode gerar ao final de suas 16 etapas. Refresque-se a memória, pois: Schumacher busca seu sexto título mundial, o que será um recorde absoluto, e o quarto consecutivo. A Ferrari busca o penta entre os construtores. E, para os brasileiros, dois estreantes representam a chegada de mais uma geração ao olimpo do automobilismo: Cristiano da Matta e Antonio Pizzonia. Ao lado de Rubens Barrichello eles formam o exército verde-amarelo de 2003. É um bom time.

O GP da Austrália, com largada à meia-noite, terá 58 voltas. Segundo a meteorologia, há possibilidades de chuva na hora da corrida.




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