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Diadema fará cirurgia para remoção de silicone industrial
André Vieira
Do Diário do Grande ABC
04/09/2009 | 07:16
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O governo do Estado realizará a partir da segunda quinzena deste mês, no Hospital Serraria, em Diadema, cirurgias para retirada de silicone industrial que travestis e transexuais aplicam no corpo sem os devidos cuidados. O procedimento é inédito dentro da rede pública de Saúde estadual.

Antes de serem encaminhados para a realização das intervenções cirúrgicas no Grande ABC, os pacientes estão sendo atendidos no ambulatório médico dedicado exclusivamente a travestis e transexuais, inaugurado em junho, na Vila Mariana, na Capital.

Em cerca de dois meses de operação, a unidade, que oferece diversas especialidades médicas, como infectologia, psiquiatria, psicologia e urologia, recebeu mais de 100 pacientes e realizou cerca de 400 atendimentos.

Para a coordenadora do Programa Estadual DST/Aids, Maria Clara Gianna, a remoção do silicone industrial é uma das demandas que mais atenção merece no cuidado à saúde desses grupos sociais.

"Muitas delas, de forma inadequada, são submetidas a aplicação de silicone industrial. Esse material pode se deslocar para outras regiões do corpo, levando a deformidade física. Um silicone colocado na região das mamas, por exemplo, pode terminar descendo para o abdômen, pernas ou pé", explica.

Na indústria, a substância liquida que travestis e transexuais aplicam, principalmente nas nádegas e nos seios, serve para trabalhos de vedação, limpeza de carros, impermeabilização de azulejos, entre outros.

No corpo, as reações podem ser irreversíveis. "O uso do silicone industrial pode provocar complicações respiratórias e cardíacas e levar ao óbito o paciente", alerta Maria Clara.

No mercado clandestino, o litro do silicone, incluindo os materiais necessários para fazê-lo penetrar no corpo, custa R$ 500. A técnica mais comum, e muito perigosa, é conhecida como bombadeira e utiliza seringas na aplicação.




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