Economia Titulo Cenário
Comércio da região perde R$ 618 milhões em vendas neste ano

Faturamento do setor varejista apresentou queda real de 4,9% de janeiro a maio, na comparação com o mesmo período de 2014

Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
29/08/2015 | 07:30
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Ari Paleta/DGABC


Entre janeiro e maio, o comércio varejista do Grande ABC apresentou queda real de faturamento de 4,9% ante os cinco primeiros meses de 2014, o que significa redução de aproximadamente R$ 618 milhões em volume de vendas. No acumulado do ano, o setor gerou cerca de R$ 11,9 bilhões em receitas. Os dados da região foram cedidos ontem pela FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), com exclusividade para o Diário, e integram a Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista.

Levando em consideração apenas os resultados de maio, as perdas foram de 3,8%. Essa variação é real, ou seja, já desconta a inflação acumulada em 12 meses até o mês de avaliação. No período, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) atingiu alta de 8,47%.

O desempenho ruim foi puxado pelo segmento de concessionárias de veículos, cujo faturamento real teve redução de 21,1% em maio e de 15,9% no acumulado do ano. Em números absolutos, a receita com as vendas do ramo diminuiu R$ 84,8 milhões ante o quinto mês de 2014.

Outro setor que contribuiu para os resultados negativos foi o de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamento, que registraram retração de 14,8% no mês e de 8,4% no ano. Farmácias e drogarias tiveram o faturamento encolhido em 7,9% em maio e 7,2% no acumulado dos cinco primeiros meses.

O assessor econômico da FecomercioSP Guilherme Dietze, responsável pela pesquisa, atribui a queda acentuada das vendas de veículos e itens eletrônicos à restrição ao crédito. “Um outro fator importante é que são produtos de maior valor e, neste momento de insegurança em relação à economia, as pessoas não querem entrar em dívidas”, comenta.

O economista chama atenção para a redução no faturamento dos supermercados, de 2,7% no acumulado entre janeiro e maio e de 0,5% no quinto mês do ano. Isso porque o setor, que comercializa itens de primeira necessidade, costuma ser um dos últimos a serem afetados pela crise. “A renda não está segurando nem os produtos básicos. As famílias estão tendo de priorizar para consumir o básico, e nem assim estão conseguindo”, adverte.

ELEVAÇÕES - Enquanto as concessionárias de veículos amargam resultado fraco, os proprietários de lojas de autopeças e acessórios para automóveis não têm motivo para reclamar. O faturamento dos estabelecimentos do tipo teve alta de 10% em maio e de 8% no ano, chegando a R$ 37,5 milhões. “A queda na venda de carros zero-quilômetro estimula as pessoas a realizarem manutenção nos veículos atuais, já que irão demorar um pouco mais para trocar”, analisa Dietze.

As lojas de roupas e calçados tiveram crescimento no volume real de vendas em maio – alta de 10,5%. O economista, entretanto, salienta que o resultado se deve a fatores sazonais, especialmente porque a pesquisa se refere ao mês em que é comemorado o Dia das Mães e que os estabelecimentos realizam a troca de coleções para o inverno. No acumulado do ano, houve recuo de 2,1%.
 




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