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‘O Grande Circo Místico’ volta com várias novidades
Mauro Fernando
Do Diário do Grande ABC
03/12/2003 | 22:09
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Jorge de Lima publicou A Túnica Inconsútil em 1938 – é o livro que contém o poema O Grande Circo Místico. O Balé Teatro Guaíra, de Curitiba, montou em 1982 espetáculo baseado no poema, com músicas de Edu Lobo e Chico Buarque, roteiro de Naum Alves de Souza e coreografia de Carlos Trincheira. Sucesso absoluto, viajou até para a Europa. A companhia remontou o balé em 2002, desta vez com direção artística e coreográfica de Luis Arrieta.

A nova versão volta ao Teatro Alfa, em São Paulo – onde esteve no ano passado –, nesta sexta. “Está bem diferente. A primeira montagem se apoiava nas técnicas do balé clássico e esta, nas da dança contemporânea. A primeira lembra um circo mambembe e esta, o Cirque du Soleil. Mas não se trata de uma imitação do Soleil”, afirma a diretora artística do Balé Teatro Guaíra, Carla Reinecke.

Dani Lima assina as coreografias aéreas, que remetem diretamente a evoluções circenses e se somam às do solo, criadas por Arrieta. “Há números com tecido e com a lira, uma espécie de arco pendurado que parece um bambolê. Arrieta fez uma boa junção das partes, que não formam coisas estanques. Quem dirige dá aos outros criadores a idéia que concebeu. A coreografia aérea está bem integrada, contextualizada na história”, diz Carla.   O roteiro “está um pouquinho diferente, embora a história seja a mesma”. “Algumas cenas foram suprimidas e outras, acrescentadas”, afirma. A cenografia, de Rosa Magalhães, “é limpa”. Os tecidos são usados como complemento do cenário, e os figurinos, também de Rosa, têm um quê mais carnavalesco e palhaços com bastante brilho.

Entre as músicas estão Beatriz (cantada por Milton Nascimento), Na Carreira (por Edu e Chico) e Ciranda da Bailarina (por coro infantil). A Bela e A Fera (por Tim Maia) e A História de Lily Braun (por Gal Costa), remodeladas, ganharam as vozes de Marco Nanini e Vanessa Gerbelli, respectivamente. Edu ainda compôs, especialmente para a nova versão, oito temas instrumentais.

O poema percorre a dinastia do Grande Circo Knieps, concentrando-se nas trajetórias humanas dos personagens. Por exemplo: Lily Braun, “a grande deslocadora que tinha no ventre um santo tatuado”, e Margarete, que “tatuou o corpo sofrendo muito por amor de Deus, pois gravou em sua pele rósea a Via-Sacra do Senhor dos Passos”. Ou “o boxeur Rudolf que era ateu e era homem fera derrubou Margarete e a violou”.

O Grande Circo Místico – Dança contemporânea. Direção artística e coreográfica de Luis Arrieta. Coreografia aérea de Dani Lima. Música de Edu Lobo e Chico Buarque. Roteiro de Naum Alves de Souza. Com o Balé Teatro Guaíra. Nexta sexta e sábado, às 21h, e neste domingo, às 16h e às 20h. No Teatro Alfa – r. Bento Branco de Andrade Filho, 722, São Paulo. Tel.: 5693-4000. Ingr.: R$ 20 a R$ 45.




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