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Bairro com solo contaminado vai passar por novo estudo
Wagner Oliveira
Do Diário do Grande ABC
19/09/2010 | 07:16
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Técnicos da empresa Falcão Bauer começaram nesta semana a fazer perfurações em áreas do Jardim das Oliveiras que vão determinar o grau de contaminação do solo do bairro que já abrigou um lixão na periferia de São Bernardo.

Em um prazo de 30 dias, serão perfurados 80 poços para recolhimento de material para análise laboratorial. Por determinação judicial, o trabalho embasará estudo ambiental que diagnosticará o nível e quantidade de resíduos tóxicos depositados no local, além de apontar quais os riscos à saúde dos moradores.

Atualmente, cerca de 12 mil pessoas residem no Jardim das Oliveiras. Representantes dos moradores estão confiantes na solução do problema, pois não querem deixar o bairro, onde compraram terrenos e começaram a construir suas casas a partir de 1990. "Esperamos solução definitiva para não mais que nos próximos dois anos", disse Rúbia Nunes, vice-presidente da Associação dos Moradores do Jardim das Oliveiras.

O pesadelo dos moradores começou com a hipótese de desocupação do local aventada pelo Ministério Público, que ficou preocupado com laudo realizado entre 2004 e 2007 pelo IPT (Instituto de Pesquisas Ambientais) apontando a presença de produtos tóxicos no subsolo.

De acordo com relatório do IPC, amparado por parecer da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), em 2008, existe benzeno no subsolo em quantidade 196 maior do que a permitida do material cancerígeno, além de materiais pesados na água.

Com a contrariedade da população, o juiz titular da 7ª Vara Cível de São Bernardo, Gersino Donizete do Prado, determinou a realização de estudos mais amplos, já que os moradores não relatam casos de contaminação - mesmo após a realização de exames médicos.

E empresa Falcão Bauer foi contratada pela Prefeitura de São Bernardo, que desembolsou R$ 468 mil para a realização laudo. Além da perfuração dos 80 poços, os técnicos terão mais 60 dias para análises e a elaboração definitiva do documento.

Além da Falcão Bauer, o juiz requisitou parecer técnico do especialista coreano Nam Ho Kim, que dirige TRG, empresa de soluções ambientais, para tomar uma decisão mais segura sobre o futuro do Jardim das Oliveiras.

Em encontro com moradores ontem, Kim mostrou cópias do documento que encaminhou ao magistrado sugerindo tecnologia desenvolvida pela TRG para tratamento do solo ao mesmo tempo em que recomenda a construção de uma rede de esgotos no Jardim das Oliveiras.

"O solo precisa respirar", afirmou o empresário coreano, para quem existe envolvimento emocional dele com a causa dos moradores. "Já contaminado, o solo não pode mais continuar sendo agredido pelo material das fossas sépticas construídas no Jardim das Oliveiras."

A TRG estima em US$ 2,5 milhões os custos do trabalho para a descontaminação do local, que também precisa de outro orçamento para construção de infraestrutura de saneamento.

Após a conclusão do laudo e decisão da Justiça, é que a Prefeitura de São Bernardo decidirá quais procedimentos serão adotados no bairro, que ainda não tem ruas asfaltadas nem os moradores possuem escritura definitiva dos imóveis.




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