A Prefeitura de São Bernardo afirma ter iniciado a operação tapa-buracos, que visa imprimir maior agilidade no conserto de valas deixadas pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) após reparos na rede. No entanto, alguns moradores ainda não sentiram resultado nas ruas.

A equipe do Diário visitou duas vias e constatou buracos deixados pela estatal sem pavimentação asfáltica. Na Avenida Humberto Alencar Castelo Branco, altura do 860, a Sabesp fez ligação de esgoto no sábado para a empresa Proema Automotiva, no bairro Assunção. No começo da noite de ontem, a Prefeitura enviou nota à Redação informando que as valas foram fechadas à tarde.

"Minha casa trepida toda quando passam caminhões e ônibus. Apareceram duas rachaduras no muro no início da semana, depois da obra. Meu medo é que esteja afetando o alicerce da casa", disse Nair da Silva, 59 anos, que há 27 mora no local. A Prefeitura informou que enviará equipe ao local para avaliar a causa dos danos no imóvel.

Seu vizinho, o militar reformado Jerry dos Santos, 58, além de se incomodar com os tremores, se queixa do barulho e da poeira. "Pago imposto para ter uma avenida decente. Já liguei na Sabesp e na Prefeitura. Mas até agora nada", reclamou Jerry, que desconhecia o convênio entre administração e estatal. "Na Prefeitura me informaram que cobrariam a Sabesp, inclusive", completou.

Já na Estrada Particular Eiji Kikut, no bairro Cooperativa, em um trecho de 200 metros na altura do 455, o asfalto estoura em diversos pontos por conta de vazamentos. "Isso está assim há um ano. A Sabesp diz que o encanamento é antigo e que não suporta o peso dos caminhões, que são frequentes. A Prefeitura poderia também tomar uma providência", ponderou o comerciante Francisco Gatista Silva, 46, que há três mantém estabelecimento em frente ao local.

Foi constatada uma enorme cratera no local, com pedregulhos, lama e poças d'água. A Sabesp teria estado lá pela última vez há cerca de 20 dias. Em outro trecho da mesma via, altura do 350, também há buraco que, segundo moradores, foi deixado pela Sabesp na quinta-feira.

Na Estrada Cooperativa, continuação da via, também foram vistos dois buracos, na altura do 70, mas moradores não souberam dizer a causa. A Sabesp reiterou que ficou sob responsabilidade do município o serviço de tapa-buraco.

Segundo empresa, o convênio atendeu a uma reivindicação da Prefeitura e permitiu repasse de R$ 4,2 milhões da Sabesp ao município, que deve realizar trabalhos durante 15 meses, a partir da autorização do serviço, o que ocorreu em abril.

A estimativa da administração é que sejam recapeados 456 mil metros quadrados de vias deterioradas. O convênio foi assinado em julho de 2010 e tinha previsão de começar em dezembro.

Segundo a nota da Prefeitura, a Secretaria de Serviços Urbanos, através do convênio firmado com a Sabesp, já realizou 850 serviços de tapa-valas, decorrentes dos serviços de manutenção da Sabesp.