Parecendo bem descansado e relaxado, Blair foi recebido por seu colega chinês, Wen Jiabao, no Palácio do Povo ao som do hino britânico e com honras militares.
A entrevista entre os dois foi dominada pelo programa nuclear da Coréia do Norte e um polêmico projeto de lei contra a subversão em Hong Kong.
Ainda nesta segunda-feira, Blair deve se reunir com o presidente Hu Jintao e com o chefe das forças armadas e homem forte do regime, Jiang Zemin. Publicamente, Wen e Blair expressaram sua satisfação pelo aumento dos intercâmbios entre Londres e Pequim.
"Desde que o senhor assumiu como primeiro-ministro, as relações entre a China e a Grã-Bretanha progrediram muito", declarou Wen. Blair foi eleito em 1997, antes da devolução da ex-colônia britânica de Hong Kong à China. "Estou disposto a ampliar nossas relações a fim de que se desenvolvam ainda mais e mais rapidamente", declarou o chefe de Governo chinês.
"As relações entre a Grã-Bretanha e a China foram muitíssimo reforçadas nos últimos anos", retribuiu Blair. "Não tenho dúvidas de que continuarão assim também no âmbito econômico, onde somos o primeiro investidor europeu na China, e no político, onde trabalhamos juntos para resolver alguns dos temas mais importantes que o mundo enfrenta", acrescentou.
Em compensação, Blair nada comentou sobre a morte do perito David Kelly, que expressou sua opinião de que Londres exagerou na ameaça que Saddam Hussein representava para justificar sua guerra contra o Iraque.
Neste domingo, quando Blair chegava a Seul, a BBC confirmou que Kelly - que supostamente teria se suicidado - foi sua principal fonte na afirmação de que o governo manipulou os informes sobre as armas de destruição em massa iraquianas. Blair pediu moderação até que sejam conhecidas as conclusões da investigação judicial sobre o caso.
Indagado sobre o tema que foi tratado com o chefe de Governo chinês, Blair sorriu e continuou andando sem fazer comentários. Horas antes, alguns jornalistas que tentaram entrevistar Blair foram afastados pelo pessoal da segurança chinesa.
Em relação a Hong Kong, Blair não falou diretamente, mas a diplomacia chinesa afirmou que "a parte britânica felicitou a parte chinesa pela maneira com que tratou os recentes problemas em Hong Kong e espera que se ache uma solução para a manutenção da estabilidade do território".
Em 1º de julho passado, meio milhão de manifestantes - de uma população de 6,8 milhões - protestaram em Hong Kong contra um projeto de lei anti-subversão do governo, que, segundo eles, ameaça as liberdades fundamentais do indivíduo.
Blair viaja esta terça-feira para Hong Kong, onde vai se encontrar com o chefe do executivo local, Tung Chee Hwa, cuja popularidade está baixa como a do premiê britânico.
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