A cena se repete. Mais uma noite de chuva intensa no Grande ABC complicou o trânsito, alagou ruas e avenidas, desmoronou casas e transbordou cursos d'água. Por volta das 20h, o Rio Tamanduateí, em Santo André, extravasou o seu leito e bloqueou a Avenida dos Estados nos dois sentidos. A situação só começou a se normalizar por volta das 21h30, quando parou de chover forte e parte da água acumulada escoou e a pista deixou de ser rio para ser, de novo, Avenida dos Estados.
O acesso pelo Viaduto Adib Chammas ficou completamente congestionado. Pedestres que desceram dos ônibus para seguir a pé observavam incrédulos a enxurrada. A maioria registrava com fotos e vídeos, enquanto avisavam a família pelo celular.
Duas amigas que voltavam de um shopping localizado nas proximidades ficaram assustadas. "Nunca vi isso. Decidimos ir andando até o Jardim Alzira Franco, pois a estação está alagada", disse Daiana da Silva, 28 anos.
Deslizamentos de terra, que não deixaram pessoas feridas, foram registrados no Jardim Santo André, em Santo André, e no Jardim Rosina, em Mauá - conhecidas áreas de risco.
Em Santo André, uma casa foi ao chão na Rua Eneida, que precisou ser fechada. Em Mauá, uma moradia também foi destruída. O acidente aconteceu no mesmo local onde um deslizamento matou um catador de recicláveis na terça-feira, na Rua Vereador Alberto Ratti. Para evitar perigos, a Defesa Civil e os bombeiros retiraram de suas casas os moradores vizinhos ao barranco.
O terminal de ônibus da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos), no Centro de Santo André, ficou completamente alagado e prolongou a viagem de volta para casa dos passageiros. Nos trilhos da linha da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), pontos de alagamento se formaram e impediram a passagem das composições.
A partir das 19h50, os trens da Linha 10-Turquesa (Luz-Rio Grande da Serra) só circulavam entre as estações Luz e São Caetano e estações Mauá e Rio Grande da Serra. Para completar a viagem no trecho entre São Caetano e Mauá, ônibus foram colocados à disposição dos passageiros, mas, perto das 21h, nem mesmo os coletivos conseguiam passar pelas áreas alagadas.
Na Rua Coronel João Albuquerque Lins de Barros, no Parque São Vicente, em Mauá, a força da água deixou estragos na casa da advogada Monique Dominicheli do Nascimento, 26. Por volta das 19h, parte do muro caiu e deixou a residência cheia de lama. "A máquina de lavar, que fica nos fundos, foi parar no portão da garagem, totalmente retorcida", contou.
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