Os trabalhadores da General Motors em lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho) que estão acampados na calçada da fábrica da montadora em São Caetano realizam hoje, às 13h30, manifestação em frente ao portão 1.

“Convocamos todos os trabalhadores da GM por meio do WhatsApp. Esperamos reunir pelo menos 100 pessoas”, afirma João Sipriano, o Magrão, um dos organizadores do ato que está sendo realizado pela chapa de oposição ao Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, e que ocorre independentemente da entidade. “Será um ato simples, realizado no megafone, mas esperamos chamar a atenção da diretoria, que entra pelo portão 1.”

O acampamento, que conta com cerca de 150 operários se revezando em 20 barracas, e teve início na noite de domingo, pede a reversão das demissões de 419 trabalhadores que estavam em lay-off anunciadas na semana passada, especialmente as daqueles que possuem restrição médica.

Segundo operários que estão na ativa, foram ouvidos comentários de que a diretoria da montadora está incomodada com a situação dos empregados que estão acampados, e que existe a chance de chamarem para conversar e tentar reverter essa situação e, quem sabe, reintegrá-los.

Procurada novamente, a companhia respondeu, em nota: “Com o intuito de adequar-se à nova realidade do mercado, a GM, em acordo com os trabalhadores na assembleia convocada pelo sindicato no ano passado, estabeleceu que parte da produção do complexo industrial de São Caetano seria interrompida. Na ocasião, foi deliberado que os empregados envolvidos entrariam em lay-off e que, após este prazo, caso não houvesse recuperação do mercado, haveria a necessidade de redução do quadro funcional.”

Segundo o vice-presidente do sindicato, Francisco Nunes, a oposição ainda não os procurou para pedir apoio ao movimento. Porém, devido às dificuldades da economia, ele acha difícil conseguir reintegrar 400 empregados, embora a entidade tenha conseguido reverter dez. “Estamos anotando os nomes e os contatos de quem nos procura para quando o cenário melhorar. Se a GM retomar o terceiro turno, vamos indicá-los para voltarem a trabalhar na fábrica.”