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Emprego está na mira do desastre
Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
17/03/2011 | 07:33
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Um dos impactos que a instabilidade na economia e no mercado financeiro japonês pode causar no Brasil é a redução do nível de emprego.

A reconstrução do país do sol nascente demandará muitos recursos, que serão retirados de investimentos em outras nações. E os gestores internacionais, com carteiras desvalorizadas por causa dos ativos mantidos no mercado japonês, podem tirar dinheiro do Brasil. Portanto, a soma desses fatores resultaria na descaptalização parcial das empresas brasileiras.

Com menos recursos provenientes dos investidores, que seriam injetados em ampliação e exportações, as companhias de capital aberto no País podem ter reduções nos faturamentos. "E isso geraria queda no emprego", analisou o professor de Economia do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero.

Por outro lado, ele não vê grandes problemas para as famílias nas próximas semanas. "Na realidade, o consumidor, em curto prazo, não guarda relação tão forte com o mercado financeiro. Ele é movido pela renda no País, que teve alta recente", disse Balistiero.

Mas as relações comerciais entre empresas brasileiras e o Japão deixam o mercado de ações em alerta. A demanda nipônica por minério de ferro é grande, e por outros materiais básicos negociados em Bolsa, como o petróleo também. "Agora é atentar ao comportamento da Vale, Brasken, Gerdau na Bolsa", ressaltou o professor de Economia da Trevisan Escola de Negócios, Alcides Leite.

Como essas companhias estão entre as maiores do País negociadas no mercado acionário, a possível desvalorização dos seus papéis pode afetar a Bolsa de forma geral.

Para diretor de assuntos econômicos da Febraban, Rubens Sardenberg, o impacto da crise do Japão está mais próximo de proporcionar processo inflacionário no Brasil. Por nota, o economista lembrou que aquele país responde por 5% dos investimentos estrangeiros diretos no Brasil, cerca de US$ 2 bilhões, e por 40% das emissões brasileiras de médio prazo, com aproximadamente, US$ 9 bilhões.

Cortes nesses recursos teriam interferência no PIB (Produto Interno Bruto) nacional, causando efeitos na inflação.

O professor de Finanças da pós-graduação da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), José Ricardo, Escolá de Araújo arriscou a margem de 90 dias para o início da reconstrução do Japão. "Se passar deste prazo, teremos alguns problemas por aqui".

Ele explicou que a demanda japonesa por minério brasileiro, no momento, está parada por causa das incertezas do vazamento nuclear. Mas a reconstrução é certa, o que aumentará a exportação ao Japão.




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