Começam a amadurecer os primeiros frutos da ELCV (Escola Livre de Cinema e Vídeo), de Santo André. Coordenada pelo trio formado por Luís Alberto de Abreu, Rogério Corrêa e Eduardo Gonçalves, a ELCV abriu em agosto do ano passado e hoje tem 27 alunos. Nove roteiros de curtas-metragens, escritos no âmbito da ELCV, estão prontos. Dois filmes, um deles custeado pelo FAC (Fundo de Assistência à Cultura) de Santo André, serão rodados no próximo mês.

A ELCV incentivou a formação de trios para a elaboração dos projetos. “A característica básica da escola é a prática. É uma produção que nasce diferenciada, com roteirista, diretor e diretor de fotografia trabalhando juntos e explorando uma estética mais urbana e contemporânea”, diz Abreu.

Assim, Julião (roteiro), Diaulas Ullysses (direção) e Tânia Crespo (direção de fotografia) se uniram e preparam Os Alvos que Queremos Virgens, que obteve R$ 21 mil do FAC. Sérgio Pires (roteiro), Rodolfo David (direção) e Celso Cardoso (direção de fotografia) filmarão Pérola. Os outros roteiros chegarão às locações a partir de setembro.

As produções utilizarão tecnologia digital. “Optamos pelo digital por causa do custo menor. Não impomos linguagem nem temática e estimulamos coisas autorais. A intenção é não reproduzir a indústria cultural”, afirma Corrêa. Dois longas-metragens compostos por episódios rodados no esquema dos trios e costurados por uma temática comum são os projetos em gestação na escola.

O curso da ELCV é de três anos. Abreu dá aulas de roteiro. A cátedra de fotografia e iluminação é de Waldemar Lima, responsável pela luz de Deus e o Diabo na Terra do Sol, longa de Glauber Rocha. Os alunos de direção ficam com o cineasta Djalma Limongi Batista e história da imagem está a cargo de Leandro Saraiva. Para os interessados, as inscrições para a formação de nova turma serão abertas somente em 2003.