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Crise financeira atrasa plano de consolidação da Unifesp Diadema

Contingenciamento impõe corte de 47% no orçamento destinado à universidade

Natália Fernandjes
do Diário do Grande ABC
05/07/2015 | 07:07
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Marina Brandão 31/3/15


O atraso nas obras de ampliação da unidade José Alencar do campus Diadema da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), no Centro da cidade, será o principal impacto do corte no Orçamento da União à instituição federal. A primeira etapa de construção de cinco prédios para abrigar salas de aula e laboratórios deveria ter início neste semestre, mas só deverá começar no próximo ano. Com isso, a data prevista para conclusão dos trabalhos – até o fim de 2017 – não está mais garantida.

O contingenciamento anunciado pelo MEC (Ministério da Educação) no dia 11 de junho impõe corte de 47% no orçamento de capital da Unifesp, o correspondente a R$ 23,5 milhões a menos para investimentos em projetos, obras, acervos, equipamentos e mobiliário em seus seis campi.

“O orçamento previsto (R$ 50 milhões) já estava aquém das nossas necessidades. A redução implica em uma reprogramação interna. Ainda estamos definindo quanto cada um dos campi vai receber. A princípio não mudam os planos já elaborados, mas podem demorar mais para serem consolidados”, reconhece o assessor de gabinete da reitoria, professor Decio Luis Semensatto Júnior.

O projeto de consolidação da Unifesp em Diadema está previsto em plano diretor elaborado em 2014. A primeira fase de obras previa construção de pelo menos um dos cinco prédios no prazo de até 18 meses. O planejamento completo custará R$ 120 milhões.

Com o já esperado atraso, a intenção da universidade de concentrar todas as atividades nas duas unidades próprias na cidade – José Alencar, no Centro, e José de Filippi, no Eldorado (cedida pela Prefeitura à instituição por 90 anos) – fica mais distante. A ideia da reitoria é devolver os imóveis atualmente alugados: um na Rua Manuel da Nóbrega, junto à Fundação Florestan Fernandes (cujo acordo de cooperação com a Prefeitura foi renovado por cinco anos), e o Antônio Doll, ambos no Centro.

“Chega a ser um balde de água fria, tendo em vista nosso potencial para realizar projetos de pesquisa e extensão. Acaba mexendo com a motivação dos alunos e docentes, tendo em vista que nossa infraestrutura está aquém do ideal”, ressalta Júnior. Atualmente, a instituição amarga deficit de aproximadamente 30 espaços para a realização de atividades pedagógicas.

A Unifesp também sofrerá corte de 10% nos recursos recebidos pelo governo federal para o custeio da instituição. Neste caso, o plano da reitoria é otimizar os investimentos em contratos com empresas terceirizadas nas áreas de limpeza, manutenção e vigilância. “Estamos no limite e isso certamente trará impacto na redução de serviços em nossos maiores contratos”, destaca o assessor de gabinete.

Campus passou por dificuldade orçamentária no ano passado

A crise financeira atual não é a primeira enfrentada pelo campus Diadema da Unifesp. No ano passado, problemas resultantes da falta de planejamento tiveram como consequência a renúncia da diretora do campus, Virgínia Junqueira, em fevereiro. A instituição teve, inclusive, de solicitar complemento orçamentário junto ao MEC (Ministério da Educação) para fechar as contas sem dar calote aos fornecedores.

A precariedade da infraestrutura das unidades da instituição em Diadema ganhou até página no Facebook, denominada Diário de Unifesp, excluída após a resolução dos problemas. No espaço, alunos denunciavam falta de manutenção, como ar condicionado e microondas quebrados, bebedouros desabastecidos, extintores vencidos e inadequações estruturais na unidade José de Filippi.

A Unifesp está em Diadema desde 2007 e tem cerca de 2.800 alunos em seis cursos de graduação e pós, além de 260 professores e 95 técnicos administrativos. 




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