Esportes Titulo
Santo André recorre a Fahel Júnior
Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
23/09/2010 | 09:15
Compartilhar notícia


O salvador da pátria voltou. Apesar de negar e não gostar da denominação, é desta forma que a contratação de Fahel Júnior está sendo encarada no Santo André, em busca de repetir o trabalho realizado em 2007 e livrar o time do rebaixamento à Série C do Campeonato Brasileiro. O treinador foi apresentado na tarde de ontem à imprensa e ao elenco, foi recebido com palavras de incentivo pelo presidente da Gestão Empresarial, Ronan Maria Pinto, e com aplausos por parte dos jogadores andreenses.

"Estou voltando a uma casa que conheço e que me dou bem. Aceitei a proposta do Santo André mesmo apalavrado com outra equipe, esta que me entendeu e liberou", disse Fahel Júnior, que há 12 dias acertou com o América de São José do Rio Preto para iniciar o planejamento de 2011, mas não pensou duas vezes ao ser convidado para voltar ao Ramalhão.

Quando assumiu em novembro de 2007 - bem como agora, em substituição a Sérgio Soares -, restavam cinco rodadas para o fim da Série B. A equipe ocupava a 17ª colocação, com 39 pontos e já era considerada como uma das rebaixadas. Mas com quatro vitórias em cinco jogos (bateu Criciúma, Gama, Avaí e Ceará - perdeu apenas do Marília), chegou aos 51 pontos, no 14º lugar, e safou-se da degola.

"A única diferença é que agora tenho dez rodadas a mais (15). Temos tempo, mas não muito. É buscar a preparação durante o tempo que tivermos e procurar vencer os jogos. A situação é melhor do que aquela pelo número de partidas restantes. Por outro lado, eu já conhecia aquele grupo porque era observador. Este ainda vou conhecer aqueles que não conheço e dar a minha cara ao time. Quero provar que o raio pode cair duas vezes no mesmo lugar", explicou Fahel, que terá o ex-volante Fernando, que por três anos defendeu a camisa andreense, como auxiliar técnico.

Do atual elenco, diversos jogadores são conhecidos do treinador tanto da fuga do rebaixamento quanto do título do Campeonato Paulista da Série A-2 (conquistado por Fahel por antecipação antes de se transferir ao Ituano), como Neneca, Fábio Luís, Cicinho, Douglas, Jaílson e Dedimar (os dois últimos foram confirmados ontem pela diretoria). "São atletas que passaram por aquela situação (risco do rebaixamento) e podem passar a experiência aos demais."

E para evitar o descenso, Fahel Júnior pediu a ajuda do torcedor. "Em 2007 eles foram nosso 12º jogador e espero muito que compareçam ainda mais", concluiu.

Reforços - O lateral-esquerdo Jaílson e o zagueiro Dedimar foram confirmados ontem pelo superintendente de futebol Carlos Arini. O primeiro já tem nome regularizado no BID (Boletim Informativo Diário) enquanto o segundo aguarda a confirmação. Ambos ficam até o fim do ano. Enquanto isso, um atacante pode chegar até amanhã.

Sem mágoa, Sérgio Soares aceita saída do Ramalhão
Aparentemente, Sérgio Soares repassou o cargo a Fahel Júnior sem constrangimentos. O técnico admitiu que já esperava pelo desfecho da reunião, na manhã de ontem, entre o presidente Ronan Maria Pinto, o superintendente de futebol Carlito Arini e o supervisor Juraci Catarino. Ele disse que compareceu ao encontro - convocado pela diretoria - disposto a sair. O pano de fundo, contou, é a longa permanência do time na zona de rebaixamento da Série B do Campeonato Brasileiro.

"Chegamos ao consenso de que a troca seria inevitável. Isso é do futebol. Vou embora sem mágoas. Sei que aqui é a minha casa. A vida segue", comentou Sérgio Soares, ao falar da queda que também atingiu o preparador físico Stelio Metzker e o assistente Denys - solidários ao amigo, estes o acompanharam.

O treinador reconhece que o argumento mais forte, além do tropeço diante da Portuguesa, terça-feira, na casa do adversário, é que o renovado Santo André não decolou na briga para reagir na Segundona.

"Houve mudanças radicais no planejamento do Paulista para o Brasileiro. Perdemos jogadores fundamentais na campanha do vice. Não é que os atuais não tenham condições. No futebol é assim: as transformações podem dar certo de imediato ou não. Às vezes, o grupo se encaixa depressa ou não. Infelizmente, os resultados ficaram abaixo do que esperávamos", exemplificou.

O superintendente Carlito Arini preferiu destacar as qualidades pessoais e profissionais de Sérgio Soares. "Tenho-o como se fosse meu próprio irmão", elogiou.

Arini aproveitou para negar que tivesse cometido exageros na bronca geral ao elenco nos vestiários do Canindé. "Foram cobranças normais de quem não é de aceitar as derrotas passivamente. Nem eu", explicou.

O dirigente ainda rebateu a denúncia de que um dos atletas reagiu às críticas e o teria contestado. "Houve apenas bate-boca em família, só isso", defendeu-se. (Nelson Cilo)




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;