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TVs de LED somem da prateleira
Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
27/06/2010 | 07:41
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O crescimento recorde do varejo e a facilidade de crédito para a aquisição de produtos já provoca escassez de diversos itens nas lojas brasileiras. As TVs tela fina e as de LED, nova coqueluche dos consumidores brasileiros, são as primeiras a sumir das prateleiras.

Nas lojas de eletrodoméstico da região, é fácil notar o aumento nas vendas de televisores. Ontem, durante visita aos locais, o Diário quase não conseguiu ser atendido por vendedores do setor de uma rede que possui sede em São Caetano. "A Copa do Mundo aumentou muito a procura. Hoje de manhã (ontem), vendemos quase metade do estoque. A expectativa é melhorar mais esses números antes do jogo de segunda-feira", conta a vendedora que, por motivos de segurança, não será identificada.

Quando questionada sobre aparelhos de LED, ela é direta. "Temos só um na loja, de 32 polegadas e está no mostruário. Se somarmos todas as lojas de Santo André, temos 10, metade em exposição."

Na maior rede varejista do País a situação não foi diferente. Apenas duas marcas possuíam TVs nas prateleiras, cada uma só com dois modelos disponíveis para venda. "Essa tecnologia é muito nova e ainda muito cara, então, a própria rede manda poucos aparelhos", justifica o vendedor, que também não será identificado.

Já em um grupo inaugurado em São Paulo no fim do ano passado, a situação era pior: as telas de LED, tanto 32 quanto 42 polegadas, não tinham disponibilidade de pronta entrega. "Temos no nosso depósito central. são dois dias para retirada", explica o funcionário.

Questionadas sobre o problema, as redes negaram a falta de produtos ou problemas de reabastecimento do item, mas, na Zona Franca de Manaus, as indústrias de televisores não conseguem cumprir os prazos de entrega por falta de componentes importados.

Só no primeiro trimestre, a produção das telas de cristal líquido chegou a 1.590 unidades, aumento de 135% em relação ao mesmo período do ano passado. As mercadorias ficam paradas por cerca de nove dias à espera de liberação nos terminais de cargas, cuja infraestrutura é insuficiente para administrar o fluxo de cargas, que triplicou nos últimos meses.

No Grande ABC, o maior supermercadista regional já sente na pele a defasagem de produtos. Segundo o gerente de compras de bazar e eletro do grupo, Edson Rodrigues, os produtos demoram mais tempo para ser entregues. "Fizemos pedido em dezembro e, até hoje, recebemos apenas 75% dessa demanda", diz.

Em nota, a Eletros (Associação Nacional de Produtos eletrônicos) se esquivou de comentar a dificuldade na aquisição de televisores de LED, mas justificou que "em 2009 foram vendidas para a indústria cerca de 9 milhões de unidades de TV. Dessas, 41,6% eram de LCD e Plasma. Para 2010, o setor estima produção de cerca de 11,5 milhões de aparelhos televisivos, o que representa aumento entre 15% a 20% em relação ao ano passado. Desse número, estima-se que as telas finas tenham participação de 60,9%". (Com Agências)

Colaborou Alexandre Melo

Com consumo maior, latas de cerveja também sumiram
Além da quantidade limitada de modelos de TVs, o brasileiro ainda correu o risco ver o copo vazio durante a Copa do Mundo. O forte aumento do consumo de cervejas e refrigerantes neste ano - muito acima do esperado -, provocou falta de latas de alumínio e rótulos de cerveja no País, obrigando os fabricantes a importar esses insumos para atender a demanda doméstica.

Já de olho no maior número de vendas por conta do Mundial, a Ambev (Companhia de Bebidas das Américas) previu investimento de R$ 2 bilhões a mais no setor até o fim do ano para expandir em 15% sua capacidade de produção. O investimento, segundo a empresa, foi baseado no aquecimento do mercado e na busca ampliada por cervejas durante o torneio.

A incapacidade dos fornecedores em atender a procura acirrada fez o governo reduzir temporariamente a tarifa de importação para as latinhas, de 16% para 2%.

Mas, apesar das medidas preventivas, o preço dos itens subiu para o consumidor final. Quem procurou os produtos no supermercado nesta semana os encontrou, em média, 10% mais altos.

Parada - Para suspender o crescimento do ritmo de consumo, o Banco Central retomou a política de alta da taxa de juros para evitar descompassos que poderiam ser capazes de pressionar a inflação. Com isso, a oferta de crédito no País deve diminuir nos próximos meses para evitar novos sustos na produção.(Com Agências)




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