O secretário de Saúde de Santo André Michel Mindrisz prestou sexta-feira depoimento de três horas ao Ministério Público. O promotor de Cidadania João Álvaro Soares questionou o secretário sobre a renovação do contrato com a empresa Hold CML Saúde Delivery, que presta serviços de ambulâncias ao programa municipal Rolando Saúde. Na saída, às 16h, o secretário não quis dar entrevista. O oficial chefe da promotoria de Justiça Angelo Tripicchio acompanhou o depoimento de sexta-feira e afirmou que as informações dadas por Mindrisz não acrescentaram à investigação. “O que ele falou já saiu na imprensa”, disse. Mindrisz justificou a renovação do contrato sob a alegação de que o município não poderia ficar sem o serviço. Sobre pontos mais específicos da contratação, o secretário passou à promotoria nomes de responsáveis que possam prestar melhores esclarecimentos. A única novidade foi a entrega de uma pasta com documentos referentes ao assunto.

A Delivery foi inspecionada há três meses pelo Departamento de Vigilância à Saúde da cidade, quando foram encontrados medicamentos vencidos e equipamentos sem condições de uso dentro das ambulâncias. Alguns dos veículos verificados tinham pneus carecas, cintos de segurança para macas quebrados e falta de material para auxiliares de enfermagem. Desde novembro – quando a empresa foi formalmente contratada –, a Delivery não tem alvará da Vigilância Sanitária para funcionamento.

Laudo – Segundo informações da assessoria de imprensa da Prefeitura, já foi concluído um relatório parcial de vistoria no Departamento de Vigilância à Saúde. A informação é que a empresa fez adequações nas condições dos veículos, materiais e equipamentos – que, anteriormente, haviam sido consideradas inadequadas.

Uma nova vistoria será feita na próxima semana para checar correções em outras irregularidades, não especificadas. Essa inspeção deverá definir quais serão as penalidades que serão aplicadas à empresa.