Agora, os três representantes do Grande ABC entram no embalo do Paulistão que começa amanhã. É uma espécie de ‘Tropa de Choque' disposta a encarar as maiores forças de igual para igual. São Caetano e Santo André são dois assíduos frequentadores de um dos mais badalados campeonatos do planeta. O São Bernardo aparece como irreverente calouro. A inédita presença dos novatos fortalece o futebol regional, que aposta na renovada força do trio. Os dois primeiros oscilam entre o céu e o inferno. O bem-sucedido estreante, ao contrário, ainda não viveu os imprevisíveis extremos do sucesso e do fracasso. Só conheceu os caminhos que levam ao paraíso.

O atual vice-campeão Santo André concluiu a mais importante transferência no vaivém do mercado local: o zagueiro Anderson, ex-Seleção Brasileira, Corinthians e outros clubes do País e da Europa. O comandante Pintado, que promete a postura dos vencedores, comemora.

O Azulão trouxe o lateral Paulo César, que põe os pés no Anacleto Campanella devidamente credenciado pelas camisas de alguns grandes times da corte. O técnico Toninho Cecílio agradece.

O Tigre prefere o estilo cauteloso e calculista ao investir em alternativas que não venham a colocá-lo na vala comum dos endividados. Os anônimos personagens do clube espantam os holofotes. O presidente Luiz Fernando Teixeira e os Montemor (Edinho e Edgard) decidiram adotar a racional política do equilíbrio. O 'piloto' Ruy Scarpino, escorado no apoio da cúpula, assume a responsabilidade no campo.

Corinthians, São Paulo, Palmeiras e o atual campeão Santos reforçaram-se dentro das possibilidades financeiras e mercadológicas - sem estrelas de renome - para tentar manter a hegemonia.

NO INTERIOR

Não há como não visualizar as curiosidades que farão a bola rolar mais veloz no Interior. No Mogi Mirim, o presidente Rivaldo, 38 anos, avisou que ninguém poderá falar mais alto do que ele. Aqueles que não concordarem, segundo ele, que sentem no trono para substituí-lo. Protegido no invejável currículo de quem vestiu a camisa de incomparáveis constelações, ele sabe o que fala na frente de mais um desafio na carreira. Afinal, além de pagar a folha salarial dos companheiros, o pentacampeão da Família Scolari na Ásia ainda fará de tudo para balançar as redes adversárias como atacante de primeira grandeza na pódio das maiores estrelas mundiais. É ver para crer.

De cara, Rivaldo resolveu colocar mais lenha na fogueira das intermináveis polêmicas do circo ao declarar que os treinadores influem, no máximo, uns 20% nas conquistas. "Os talentos é que ganham", acredita. No entanto, os corporativistas de plantão logo reagiram. Antônio Carlos Zago, homem da mais absoluta confiança de Rivaldo, nada contesta.

O centroavante Pedrão, epicentro do bate-boca entre São Caetano e Santo André no ano passado, é a esperança de gols do Linense, um dos caçulas do cenário. O goleiro Júlio César e o meia Pablo Escobar também saíram daqui para reforçar o Botafogo de Ribeirão Preto. O boliviano ainda passou pela Ponte Preta. O pacote de novidades vai além do que poderia imaginar a paixão dos torcedores.