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Líderes estaduais participaram de invasão
William Cardoso
Do Diário do Grande ABC
20/02/2009 | 07:00
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Durante a invasão do Paço Municipal, a polícia prendeu ontem um dos principais coordenadores estaduais do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Guilherme Castro Boulos, 26 anos. O perfil do líder difere daquilo que primeiro vem à mente quando se pensa em um sem-teto.

Ex-estudante de Filosofia da USP (Universidade de São Paulo), Guilherme é filho do renomado infectologista Marcos Boulos, que tem no currículo um cargo na diretoria no Hospital das Clínicas, na Capital.

O líder com formação universitária e de família tradicional é defendido por demais integrantes do movimento. "Sempre falam do Guilherme. Mas é importante que pessoas como ele tenham despertado para a questão social", diz Daniela Rodrigues Damasceno, 24.

Coordenadora do MTST, Daniela também cursou faculdade. Ela fez Ciências Sociais na PUC durante um semestre, depois de ter conseguido bolsa integral.

Conhecida no movimento como Helena Silvestre (uma homenagem à avó), Daniela nasceu em Catolé do Rocha (PB) e tem origem humilde. O pai tem 57 anos e perdeu o emprego como funileiro em 2005. Todos mais novos, os seis irmãos vivem na casa da avó, no Jardim Zaíra, em Mauá.

Outro líder do movimento é Jota Batista, 36. Ele mora atualmente com as duas filhas (uma de quatro anos e outra recém-nascida) em uma favela formada a partir de uma invasão, em Osasco. "Não tenho água encanada e a energia elétrica chega pelo ‘gato' (instalação irregular)." O histórico de invasões promovidas por Jota inclui a da Volkswagen, em São Bernardo, em 2003.

Ex-confeiteira, Maria das Dores de Cerqueira, 38 anos, é uma das líderes do acampamento no Jardim Paranavaí. Ela chegou até o MTST depois de um despejo, na região de Itapecerica da Serra, onde morava com cinco filhos. "Ainda tenho a esperança de conseguir minha casa", diz.




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