Há quase três meses os alunos da Escola Estadual Professor Antonio Branco Rodrigues Júnior, na Vila Santa Rita, em Diadema, convivem com o transtorno da reforma do local.

Poeira, sujeira e barulho são as principais reclamações que os responsáveis recebem das crianças. "Minha neta ficou doente, provavelmente com alergia, por conta da poeira. Além da bagunça (no ambiente), é perigoso para os alunos, que podem se machucar", disse a aposentada Quitéria Leopoldina Leite, 75 anos. A reportagem esteve na tarde de ontem na escola e viu homens trabalhando e material de construção no pátio.

O pedreiro Iraci Lúcio Costa, 64, contou que sua filha de 11 anos, que cursa a 5ª série na unidade, ficou oito dias sem ir à escola. A Secretaria Estadual de Educação afirma que nenhuma aula foi suspensa por conta da reforma.

Mas a filha da desempregada Maria da Silva, 30, teve que encarar as lições na biblioteca. "A sala não podia ser usada, então, mudamos de ambiente", explicou a filha, Michele Pinheiro da Silva, 8, da 2ª série.

Para o vigilante Francisco Gomes, 44, esses transtornos fazem com que os estudantes fiquem desmotivados. "É ruim ter aula assim. Às vezes até chovia dentro da sala", contou a filha do vigilante, Ana Lívia da Silva Barbosa, 8.

A auxiliar de limpeza Luciene Lindalva de Araújo, 33, ressaltou a importância da reforma. "A escola estava precisando, mas acho que precisava ter sido feita nas férias.".

RESPOSTA - A Secretaria Estadual de Educação informou que a reforma começou no dia 19 de fevereiro e deve ser concluída em seis meses, por ser de grande amplitude - custo é de R$ 626.360,44. A obra inclui revisão do telhado, da rede hidráulica, elétrica e pintura do prédio. A Pasta ressaltou que a reforma não apresenta riscos para os cerca de 1.000 alunos dos ensinos Fundamental e Médio. Além disso, frisou que a diretora orientou os pais sobre as obras.