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Alcina Dantas Feijão
tem melhor desempenho
Bruna Gonçalves
Do Diário do Grande ABC
13/09/2011 | 07:30
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As médias do Exame Nacional do Ensino Médio de 2010 divulgadas ontem pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira apontaram que a Escola Municipal de Ensino Alcina Dantas Feijão, em São Caetano, obteve a melhor nota do exame entre as escolas públicas não técnicas do Estado de São Paulo.

A instituição teve média de 618,27 pontos e subiu na avaliação quando comparada ao ano passado, quando atingiu 589,99. A média entre as escolas do País com participação superior a 75% dos alunos foi de 599 pontos.

Outra escola da cidade, a Professor Vicente Bastos, teve bom desempenho entre as escolas com participação de 50% a 74% dos alunos. A instituição obteve nota 570,79.

Para a secretária de Educação Magali Aparecida Selva Pinto, o resultado é fruto do investimento e do trabalho. "O grupo de profissionais é comprometido e busca sempre o melhor para o aluno, assim como a participação dele." Ela cita os plantões no contraturno e os laboratórios de informática como grandes aliados na escola, além da família.

Participaram das provas no País mais de 3,2 milhões de estudantes. Entre os quais, 1 milhão de concluintes do Ensino Médio regular.

O Ministério da Educação dividiu as unidades de ensino de acordo com o índice de participação dos alunos. As do grupo um, com notas médias dos alunos concluintes do Ensino Médio regular por escola com mais de 75%; grupo dois, com notas médias de 50% a 75%; grupo três, com participação de 25% a 50%, e grupo quatro, com menos de 25%.

A maioria das escolas públicas ficou com nota abaixo da média nacional, que foi de 511,21 na prova objetiva.

Em nota, a Secretaria Estadual de Educação reconheceu a importância da prova, mas ressaltou que o objetivo não é avaliar escolas, o sistema de ensino nem comparar pública e privada, e sim o desempenho do aluno. 

SÃO BERNARDO
Entre as melhores escolas públicas-técnicas da região, a Etec Lauro Gomes, em São Bernardo, teve o melhor resultado, com média de 656,44 e com 84% de participação.

Para a diretora Aparecida Bobotis, o resultado é reflexo do trabalho dos professores e da importância dada à redação. "É uma da partes mais difíceis, porque muitos chegam até o Ensino Médio com a deficiência do Fundamental. Nos empenhamos na Língua Portuguesa e nas técnicas e habilidades para o exame." Para ingressar na escola é preciso fazer vestibulinho.

Entre as particulares, o colégio Termomecânica - mantido pela Fundação Salvador Arena - obteve, pela segunda vez consecutiva, a melhor média da região. Com 92% da participação, conseguiu a média de 688,75. No exame de 2009, foi de 672,78, com 84%.

Para a diretora pedagógica Cristina Favaron Tugas Beltran, o código disciplinar do colégio exige que o aluno seja organizado e responsável. "Isso contribui para o desenvolvimento e empenho. Realizamos simulados, oferecemos infraestrutura, quadro de docentes qualificados e orientadores profissionais", afirma a diretora.

Quanto às que tiveram pior desempenho entre as públicas está a Waldomiro Guimarães, em Santo André, com 490,88 pontos. Entre as particulares ficou o colégio Vinícius de Moraes, em Mauá, com 525,22.

 

Para especialistas, é preciso evitar comparação entre escolas 

Para os especialistas ouvidos pelo Diário, é preciso cuidado ao interpretar o resultado do Enem. A prova não deve ser o único critério para avaliar a qualidade do ensino e nem a comparação entre instituições.

Para o colunista de Educação do Diário e especialista em Enem Mateus Prado, é preciso que o exame tenha algum indicador que mostre a evolução do aluno ao ingressar e deixar o Ensino Médio. "Deveríamos ter algo como o Enade (Exame Nacional do Desempenho dos Estudantes), que avalia o universitário no primeiro e último anos, para que a avaliação fosse mais precisa."

Para os educadores, o valor da prova mudou, porque deixou de ser apenas uma avaliação e passou a valer também como seleção para ingressar no Ensino Superior. "É uma grande ferramenta, que precisa ganhar credibilidade e confiança dos alunos", explica a professora de Psicologia da Educação da Universidade de São Paulo Silvia Colello, se referindo ao vazamento da prova em 2009.

Para Mateus Prado, comparar instituições públicas e privadas não é forma correta de avaliação, já que não é possível apontar onde está o melhor ensino. "Se for pegar as melhores escolas públicas, temos as Etecs (Escolas Técnicas Estaduais), que selecionam os alunos por meio de vestibulinho. Em outros casos, temos escolas particulares, que pegam os melhores para fazer o exame, conseguem boa posição e usam isso para fazer propaganda."

A presidente da Associação das Escolas Particulares do ABC, Oswana Fameli,acrescenta que o exame não é ferramenta de ranking. "A qualidade das particulares está sendo superada. Mas acredito ser preciso nivelar o ensino e uma parceria entre público e privado para que seja serviço de qualidade para todos, sem comparações."

Silvia Colello diz que a comparação pode ser interessante se considerar a resposta que a instituição pode ter do seu trabalho. "O ruim é quando o resultado vira marketing e os pais levam em conta apenas a nota do exame na hora de escolher a escola para o filho."




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